A principal via de acesso entre Mirador e Paraíso do Norte está interditada, obrigando a população a buscar rotas alternativas ou enfrentar travessias improvisadas
Cibele Chacon com informações de Ivan Fuquini – da redação
A ponte sobre o Ribeirão Paranavaí, que conecta Mirador a Paraíso do Norte e Amaporã pela PR-559, foi interditada na manhã desta terça-feira (10) devido ao aumento no volume de água ocasionado pelas chuvas intensas dos últimos dias. Com a pista totalmente alagada, a travessia agora é feita por barcos, enquanto veículos são obrigados a desviar por estradas rurais, aumentando significativamente o tempo de viagem.
O nível do rio subiu a ponto de ultrapassar a ponte, tornando o trajeto impraticável até mesmo para veículos de grande porte. “Até o fim da tarde, é provável que nem veículos maiores consigam passar. Orientamos que as pessoas busquem rotas alternativas pelas estradas de chão”, informou o prefeito de Mirador, Fabiano Travain.
Rotas alternativas exigem maior planejamento
Com a interdição da PR-559, as rotas alternativas também apresentam desafios. O percurso mais curto leva a veículos baixos até o Distrito de Quatro Marcos, percorrendo 18 quilômetros por estrada rural. Mas para quem precisa chegar a Paraíso do Norte, a distância total chega a 44 quilômetros, somando o trajeto até o distrito e os 26 quilômetros adicionais por vias de terra. Em condições normais, a distância entre Mirador e Paraíso do Norte seria de cerca de 20 quilômetros.
“É um transtorno grande, mas estamos direcionando o tráfego por essas rotas enquanto buscamos garantir a segurança de todos”, afirmou Travain.
Impactos no transporte de emergência
A cheia também trouxe complicações para o transporte de emergência. O hospital de referência para os moradores de Mirador é em Rondon, e a logística para levar pacientes até lá precisou ser adaptada. Em casos de extrema urgência, a prefeitura posiciona ambulâncias nas duas margens do rio. Os pacientes são transportados de barco e transferidos rapidamente para outro veículo, reduzindo o tempo de espera.
“O barco tem sido fundamental para situações emergenciais. Apesar do transtorno, conseguimos manter o atendimento de saúde, que é uma prioridade”, ressaltou o prefeito.
Medidas preventivas e obras em andamento
Para evitar problemas semelhantes no futuro, a prefeitura está investindo em obras de pavimentação de rotas alternativas. Um trecho de 4,5 quilômetros entre Mirador e o Distrito de Quatro Marcos está sendo pavimentado com sextavado para acessar a rodovia que vai para Paranavaí.
“E a gente tem conversa também com os municípios de Nova Aliança do Ivaí e Paraíso do Norte, para fazer também a pavimentação ligando os três municípios, que hoje é uma dessas rotas alternativas para acessar Mirador hoje”, esclarece o prefeito.
Ainda de acordo com Travain, essa é uma necessidade que será colocada em prática em breve. “Esse é um trabalho que exige tempo e recursos, mas acreditamos que, em dois ou três anos, teremos as vias pavimentadas para reduzir os impactos das enchentes”, explicou.
Cheias anteriores e resposta da comunidade
A cheia atual é semelhante à registrada no ano passado, mas, segundo o prefeito, o município está mais preparado para lidar com os efeitos. “Aprendemos muito com as enchentes anteriores e estamos implementando soluções permanentes para minimizar os danos. Nossa prioridade é garantir o acesso e a segurança da população”, afirmou.
Embora a área urbana de Mirador não tenha sofrido danos significativos, a situação segue em alerta, especialmente para as famílias ribeirinhas. Caso o nível do rio continue subindo, algumas residências poderão ser afetadas.
“Estamos monitorando de perto. Por enquanto, não houve necessidade de deslocar famílias, mas estamos prontos para agir se a situação piorar”, garantiu Travain.
