A primeira Previsão Subjetiva para a safra paranaense 2024/25, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta para recuperação de produção em soja, milho e feijão, principais culturas do período. A produção de batata também cresce. No entanto, o trigo da safra 2023/24, que começou a ser colhido, terá redução.
Na soja, a previsão inicial é que sejam plantados 5,8 milhões de hectares, o que representa aumento de 0,5% sobre os pouco mais de 5,7 milhões de hectares do ciclo anterior. No entanto, a produção pode alcançar 22,3 milhões de toneladas, com substancial acréscimo de 20% sobre as 18,5 milhões de toneladas da última colheita.
A área plantada na primeira safra representa mais de 90% do plantio entre os principais grãos produzidos no Paraná. “A soja é o principal item da agricultura paranaense e em geral tem ótimo retorno ao longo do tempo”, explicou o técnico Edmar Gervásio, analista da cultura no Deral. O plantio estará liberado em 10 de setembro, quando termina o vazio sanitário da ferrugem asiática.
Milho
Para o milho primeira safra, as estimativas iniciais da safra 2024/25 apontam para 2,7 milhões de toneladas, ligeiramente superior às 2,5 milhões de toneladas do período 23/24. Há projeção de área 9,6% menor, ocupando 267,7 mil hectares, o que seria a menor da história. No ciclo anterior, a primeira safra teve 296 mil hectares.
Em 2010 a primeira safra já chegou a cobrir 900 mil hectares paranaenses, com redução de cerca de 70% agora. “A safra de milho de verão é hoje uma safra de nicho e os produtores são em geral especializados e com altas produtividades”, disse Gervásio. “Essencialmente esta redução está ligada à migração para soja, produto que tem maior liquidez e potencialmente maior lucratividade”.
Feijão
O feijão de primeira safra paranaense, depois de muitos anos com perda de área, tende a ter um aumento de 22%, passando de 107,8 mil hectares em 2023/24 para 131,2 mil hectares agora. “É o incremento mais importante pelo menos dos últimos 10 anos, quando vinha sistematicamente perdendo área para a soja”, disse o agrônomo Carlo Hugo Godinho.
Segundo ele, os produtores têm agora uma nova opção de venda, que é a exportação de feijão preto. “Isso fez com que os preços se mantivessem mais estáveis e atrativos”, disse. A previsão é de aumento de 57% na produção da primeira safra, passando de 160 mil toneladas em 2023 para 251 mil toneladas na nova safra.
Batata
Os plantios da batata de primeira safra 24/25 começaram. Até agora foram semeados 14% da área, o que corresponde a 2,2 mil hectares dos 15,8 mil estimados. “Uma média de 18% seria normal para este período, no entanto o tempo seco predominante desacelerou a ação”, afirmou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Deral. O plantio deve se estender até novembro, quando começa a colheita.
A expectativa é que o campo responda com 478,2 mil toneladas de batatas, cerca de 22% superior às 392,2 mil toneladas extraídas no mesmo período de 2023.