SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Abel Ferreira já estava entre os treinadores mais vitoriosos da história do Palmeiras, mas alcançou na noite de quarta-feira (2) novo patamar dentro do clube. Com a conquista da Recopa Sul-Americana, superando o Athletico-PR na decisão, ele passou a ser o quarto técnico com mais títulos no comando do time alviverde.
No confronto que opõe o campeão da Copa Libertadores ao vencedor da Copa Sul-Americana, a formação paulista venceu a partida de volta no Allianz Parque, em São Paulo, por 2 a 0 -no duelo de ida, houve empate por 2 a 2 na Arena da Baixada, em Curitiba.
Zé Rafael, em boa cobrança de falta, abriu o placar já no segundo tempo, aos cinco minutos. O gol confirmou o domínio verde e branco em uma partida na qual os donos da casa buscaram abrir o placar desde que a bola começou a rolar. Nos minutos finais, aos 44, Danilo fechou o placar.
Os lances premiaram a paciência do time, que criou boas jogadas perto grande área, mas pecou nos arremates durante toda a primeira etapa, sobretudo nas bolas que sobraram nos pés de Rony.
A pontaria não melhorou muito depois do intervalo, com exceção justamente da cobrança de falta e da boa finalização de Danilo. Após o segundo gol, houve confusão. Abel Ferreira e um membro da comissão técnica do Athletico foram expulsos.
Foi o quarto troféu empilhado pelo português Abel Ferreira desde sua chegada ao Brasil. Ele é bicampeão da Libertadores (2020 e 2021) e vencedor da Copa do Brasil (2020).
Agora, está empatado em número de títulos com Ventura Cambón, bicampeão paulista (1944 e 1950) e vencedor da Taça Rio e do Rio-São Paulo, ambos em 1951, e com Humberto Cabelli, tricampeão paulista (1932, 1933 e 1934) e vencedor do Rio-São Paulo de 1933.
Apenas Vanderlei Luxemburgo (8), Oswaldo Brandão (7) e Luiz Felipe Scolari (6) ganharam mais taças do que o trio à frente do Palmeiras.
Primeiro português, oitavo europeu e 23º estrangeiro a assumir o comando do time alviverde, Abel disputou nesta quarta sua oitava final pelo clube. Recentemente, no entanto, ele fracassou na disputa do Mundial de Clubes, ao ser derrotado pelo Chelsea na decisão, que era o principal objetivo da temporada.
Se não veio o inédito troféu intercontinental, ao menos a Recopa preenche uma lacuna na galeria palmeirense.
Foi a segunda vez que a equipe disputou o torneio. No ano passado, acabou ficando com o vice. Depois de ter vencido o Defensa y Justicia na Argentina, 2 a 1, perdeu pelo mesmo placar no Brasil e levou a pior nos pênaltis.
Em 1999, quando ganhou a Copa Libertadores pela primeira vez, a equipe não teve a chance de disputar a Recopa. A competição teve um hiato entre 1999 e 2002.
O Athletico também buscava o título inédito em sua segunda tentativa. Na primeira chance, em 2019, derrotou o River Plate por 1 a 0 em casa, mas foi dominado na Argentina e perdeu por 3 a 0.
Desta vez, custou caro à equipe paranaense ter cedido um empate ao Palmeiras já nos minutos finais do primeiro jogo, em Curitiba. Em São Paulo, a equipe pouco conseguiu levar perigo à meta alviverde -bem diferente do que ocorreu no duelo de ida, quando o Athletico chegou a ficar duas vezes em vantagem no marcador.
PALMEIRAS
Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael (Jailson) e Raphael Veiga (Mayke); Dudu (Atuesta), Gabriel Veron (Wesley) e Rony. T.: Abel Ferreira.
ATHLETICO-PR
Santos; Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura, Erick, Matheus Fernandes (Julimar) e Léo Cittadini (Mercado); Terans (Marlos) e Pablo. T.: Alberto Valentim.
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Público/renda: 30.065 pagantes; R$ 2.562.317,30
Árbitro: Jesús Valenzuela (VEN)
Auxiliares: Jorge Urrego (VEN) e Tulio Moreno (VEN)
VAR: Alexis Herrera (VEN)
Cartões amarelos: Abel Ferreira (PAL)
Cartão vermelho: Abel Ferreira (PAL); Maurício Souza (auxiliar do ATH)
Gols: Zé Rafael (PAL), aos 4’/2ºT, e Danilo (PAL), aos 42′ 2ºT