DA UOL/FOLHAPRESS
Cabeça fria, coração quente. O mantra que acompanha o Palmeiras desde a chegada do técnico Abel Ferreira ao comando da equipe já rendeu diversas grandes conquistas ao clube nesses quase dois anos de trabalho. Diante de um Atlético-MG fragilizado nas últimas semanas, essa pode ser a principal arma do time paulista no jogo de volta das quartas de final da Libertadores, nesta quarta-feira (10), às 21h30 (de Brasília) no Allianz Parque, em São Paulo (SP). Na ida, empate por 2 a 2 no Mineirão, em um jogo no qual a equipe de Cuca abriu 2 a 0 de vantagem.
Ao contrário do time alviverde, que tem se caracterizado pela frieza e concentração, o clube alvinegro tem sido um time inconstante em suas atuações. Prova disso é que nos últimos cinco jogos o time mineiro deixou a vitória escapar. Para piorar, três desses tropeços vieram nos instantes finais. Se o time de Abel costuma controlar bem a ansiedade em momentos adversos para se reconstruir nas partidas durante momentos complicados, o time de Cuca vem sofrendo apagões que custam caro.
O primeiro dos mais recentes foi contra o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. O Atlético-MG vencia o jogo por 1 a 0 até os 34 minutos da segunda etapa, quando sofreu uma virada relâmpago. Fábio Santos marcou duas vezes em menos de dez minutos e o time mineiro saiu derrotado por 2 a 1.
Por outro lado, o jogo de ida das quartas da Libertadores não foi a nem de longe a primeira vez que o time de Abel precisou agir com frieza para buscar a reação. Contra o próprio Atlético-MG, em 2021, pelas semifinais da competição continental, o Palmeiras saiu atrás no Mineirão. O gesto de Abel apontando para a cabeça e pedindo calma viralizou, pois o time paulista reagiu, empatou a partida e levou a classificação pelo critério de gol fora de casa.
O Atlético chega para o confronto vivendo o maior jejum na temporada: cinco jogos sem vencer, sendo dois empates e três derrotas. A última também veio de maneira dolorosa para o time, que esteve duas vezes à frente do Athletico-PR, no último domingo (7), mas tomou a virada em um contra-ataque no último lance da partida. Após a partida, Cuca falou sobre o poder de escolha dos jogadores em campo, na hora das conclusões das jogadas, sendo para ele um fato que merece atenção, umas vez que os atletas são expostos a uma série de fatores que podem contribuir para que as coisas não saiam tão bem.
“Às vezes a gente critica as escolhas de um jogador, mas eles estão em um espaço muito reduzido e com contato toda hora tendo que fazer a escolha por uma jogada ou outra. Hoje tivemos duas jogadas em que adiantamos muito a bola, lances claros para se fazer o gol. Se fizesse, viria todo o fator positivo e quem sabe poderia fazer o segundo de vantagem. Mas não aconteceu e o jogador vai perdendo a confiança. O jogador é movido à confiança, não importa a idade que ele tenha, se é 18 ou 35. Por isso cobramos as melhores escolhas. Quem sabe os grandes jogadores que temos aqui voltem a ter esses momentos na quarta-feira”, avaliou Cuca.
Nesta quarta, o técnico alvinegro poderá contar com o volante Allan, que cumpria suspensão no jogo de ida, no Mineirão. Zaracho, poupado na partida contra o Athletico-PR, também deve estar à disposição. Por outro lado, o lateral-esquerdo Guilherme Arana continua em recuperação de lesão na coxa esquerda, e é dúvida para o confronto.
Portanto, uma possível escalação inicial do Atlético-MG tem: Everson; Mariano, Nathan Silva (Igor Rabello), Junior Alonso e Rubens (Dodô); Allan, Jair e Zaracho; Ademir, Keno e Hulk.
O Palmeiras, por sua vez, deve ter o retorno do atacante Rony ao time inicial, recuperado de lesão muscular na coxa esquerda. O técnico Abel Ferreira deve ir a campo com: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Gustavo Scarpa, Dudu e Rony.