Desde 2020, 46% dos negócios constituídos na Junta Comercial do Paraná são movidos pela força feminina: de 815.840, 374.495 têm mulheres como protagonistas. Hoje, são 508.416 CNPJs liderados por CPFs femininos no Paraná.
As mulheres perceberam há muito tempo que podem ser donas do próprio negócio, gerando empregos e contribuindo para o crescimento econômico do Paraná. Quase metade das empresas abertas desde 2020 no Estado são tocadas por mulheres, sozinhas ou em sociedade – muitas vezes, elas possuem mais de um empreendimento.
Desde 2020, 46% dos negócios constituídos na Junta Comercial do Paraná são movidos pela força feminina: de 815.840, 374.495 têm mulheres como protagonistas. Hoje, são 508.416 CNPJs liderados por CPFs femininos no Paraná.
Em 2023, até fevereiro, mais de 20 mil mulheres iniciaram um empreendimento no Estado, o que equivale a 42,78% do total de empresas abertas no Paraná no período (48.368). Em 2022, foram 120.145 (45,15% do total de 266.074 negócios). Em 2021, esse índice foi de 48,65% (130.586 de 268,437). E, em 2020, ano da chegada da pandemia, os novos negócios com mulheres à frente somaram 103.070 (44,24% de 232.961).
Das empreendedoras em solo paranaense, a maior parte tem a empresa na Natureza Jurídica chamada Empresário, um total de 283.110. Em segundo lugar vem a Sociedade Empresária Limitada, com 222.847. Nas demais, os números reduzem significativamente – na terceira posição está a Sociedade Anônima Fechada, com 1.806, Cooperativa, com 380, e Sociedade Anônima Aberta, com 101.
Um exemplo de sucesso é o da empresa de Maria Cristina Cavassin, de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela começou a carreira em 1984, incentivada pela mãe, e iniciou um empreendimento como cabeleireira na sala de casa dos pais. Dez anos depois, o negócio expandiu e foi aí que alugou uma sala com loja e sobreloja.
“O negócio começou crescer muito e eu não estava dando conta sozinha, então minha filha começou a ajudar e depois eu fui contratando mais pessoas”, contou.
Professora por formação, Cris se aventurou nos Estados Unidos em 2004, quando chegou a trabalhar como motorista de caminhão e operadora de rolo compactador. Em 2005, regressou para Colombo e criou o Cris Cabeleireiras. “Eu trabalhei como professora durante muito tempo, mas me encontrei no empreendedorismo. Então eu adaptei as reuniões e os processos pedagógicos da escola para o meu negócio e comecei a profissionalizar a gestão, fazendo cursos para empreendedores no Sebrae”, acrescentou a empresária.
Os anos passaram e, em 2018, ela fundou junto com amigas o Grupo Mulheres Empreendedoras de Colombo. Em 2020, renomeou seu salão de beleza para Spazio Cris e em 2022 recebeu o prêmio Sebrae Mulher de Negócios, concorrendo com mais de 3 mil empreendedoras. “Eu estou há 39 anos nessa jornada e sobrevivi a todos os desafios, incluindo a pandemia, e sempre acreditei na evolução em busca da excelência no atendimento a cliente”, relatou Cristina.
“Eu consegui conquistar o meu espaço próprio, que foi reformado e ampliado e que atualmente também funciona como uma incubadora de talentos, onde as pessoas vêm para conhecer essa excelência no atendimento que prestamos e, quando elas montam os espaços delas, buscam replicar esse modelo”, concluiu a empresária.
INDUÇÃO DO ESTADO – O Governo do Estado tem contribuído para que elas sejam donas do próprio CNPJ. Entre as iniciativas estão facilidades de acesso a financiamento com condições vantajosas, por meio do Banco da Mulher Paranaense, da Fomento Paraná, a linha Empreendedoras do Sul, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), e o programa Recomeça Paraná, que oferece cursos voltados ao empreendedorismo.
Entre esses implusionadores está o Banco da Mulher Paranaense, que vem transformando a vida de empreendedoras, possibilitando que tenham acesso facilitado a financiamento para abrir ou ampliar o seu negócio. Lançado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em setembro de 2019, o Banco já atendeu mais de 13 mil empreendimentos que têm mulheres como sócias ou proprietárias, com um montante de créditos liberado que soma R$ 150,4 milhões.
A grande maioria das operações é de microcrédito, para apoiar empreendedoras informais, MEIs, micro e pequenas empresas. Mulheres interessadas em obter crédito pelo Banco da Mulher Paranaense podem se dirigir à Fomento Paraná em Curitiba (Rua Comendador Araújo, 652) ou contratar online pelo portal da Fomento Paraná.
Nos municípios do Interior do Estado é possível solicitar atendimento por meio dos agentes de crédito e correspondentes da Rede de Parceiros da instituição nas prefeituras, Salas do Empreendedor, Agências do Trabalhador, associações comerciais e empresariais, além de diversas sociedades empresariais especializadas.
Atualmente, a Fomento Paraná possui parcerias ativas com agentes de crédito atuando na oferta de microcrédito em 320 dos 399 municípios paranaenses.
Além da linha de microcrédito, em valores até R$ 20 mil, com taxas a partir de 0,95% ao mês e prazo de parcelamento de até 36 meses, para atender empreendedoras informais, MEIs e microempresas, o Banco da Mulher Paranaense também disponibiliza linhas de crédito para projetos de investimento em valores até R$ 500 mil, para micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
MAIS CRÉDITO – A linha de financiamento do BRDE já destinou R$ 226 milhões no Sul, sendo R$ 88,8 milhões só no Paraná. O programa Empreendedoras do Sul é direcionado a empresas de diferentes portes que tenham ao menos 40% do seu capital social de sócias mulheres. As microempreendedoras individuais e pessoas físicas podem ter o apoio através de parcerias do banco com outras instituições que atuam com programas de microcrédito, como as cooperativas. A política conta com redução de juros e atendimento personalizado.
QUALIFICAÇÃO – Criado em maio de 2022 para favorecer a retomada da economia no pós-pandemia, o programa Recomeça Paraná também contribui para inserção das mulheres no mundo do trabalho. A segunda etapa, executada em 2022, atendeu 4.096 pessoas (incluindo homens), em 263 cidades do Estado, com cursos na área de empreendedorismo. Foram destinados R$ 300 para cada módulo completo, chegando a R$ 900 na conclusão do curso para cada participante. Cerca de 82% dos inscritos foram mulheres.
O curso ensina como ser um empreendedor autônomo, ou, se o participante já é, como fazer a gestão financeira, o atendimento ao cliente, vendas online, precificação, a separar o caixa do negócio do familiar, ou seja, tudo o que é necessário para obter sucesso no seu empreendimento do início ao fim. O Recomeça Paraná é tocado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Qualificação e Renda, em parceria com o Sebrae e com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Fonte: Agência Estadual de Notícias.