A ação teve participação das Promotorias de Justiça de Paranavaí e de Paraíso do Norte, bem como do núcleo de Campo Mourão do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), unidade especializada do MPPR
Atuação extrajudicial do Ministério Público do Paraná gerou a criação de um projeto de conservação de abelhas por uma cooperativa canavieira no Noroeste do estado. A ação teve participação das Promotorias de Justiça de Paranavaí e de Paraíso do Norte, bem como do núcleo de Campo Mourão do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), unidade especializada do MPPR.
A iniciativa surgiu a partir de informação levada ao Ministério Público em Paranavaí sobre mortandade de abelhas causada por uso de agrotóxicos em lavouras de cana. Após a abertura de inquérito civil para investigar o caso, foram promovidos eventos – uma audiência pública e várias reuniões com os envolvidos na questão – buscando uma solução extrajudicial para o problema. A principal cooperativa canavieira da região decidiu então, em consequência da intervenção do Ministério Público e da participação nesses eventos, custear projeto visando à convivência entre apicultores e os plantadores de cana-de-açúcar.
Batizado de Projeto Colmeia – Protegendo Nossos Polinizadores, a iniciativa inclui atividades como treinamentos tanto para aplicadores de agrotóxicos quanto para apicultores. A cooperativa canavieira contratou profissional especializado para ministrar treinamentos, com os seguintes objetivos: “Conhecer a importância da apicultura no contexto do agronegócio e boas práticas agrícolas para mitigar riscos” (para os aplicadores de agrotóxicos), “Reconhecer a importância do apicultor e da criação de abelhas no contexto do agronegócio e os conceitos básicos da atividade” e “Conhecer as técnicas mais atuais utilizadas por grandes apicultores e os princípios da produção apícola” (estes últimos, destinados a apicultores).
Essenciais – As abelhas são fundamentais para o equilíbrio ambiental e responsáveis pela polinização de inúmeras culturas, tendo ainda papel importante na reconstituição e na conservação de florestas. A diminuição acentuada do número de colônias de abelhas em algumas áreas do planeta tem gerado preocupação mundial. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), das 141 espécies de plantas cultivadas para uso na alimentação humana, produção animal, biodiesel e fibras, cerca de 60% dependem da polinização animal. A diminuição do número de abelhas tem impacto tanto na qualidade quanto na quantidade da produção vegetal – estima-se que espécies nativas sejam responsáveis pela polinização de 30% das espécies de biomas como a Caatinga e o Pantanal e de até 90% das espécies da Mata Atlântica.