*Cristina Navalon
Uma pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) revelou que, nos últimos dois anos, mais da metade dos brasileiros teve uma piora no quadro de saúde mental. Já especialistas da Universidade de São Paulo (USP) apontam que 63% da população possui ansiedade, enquanto 59% sofre de depressão. Entre os principais fatores desse agravamento estão o período pandêmico, a alta do desemprego e o uso exagerado das redes sociais. Em todos os casos, a busca por um psicólogo se mostra a melhor alternativa para combater tais condições.
Em 2022 completam 60 anos da regulamentação da profissão no país. Uma data de celebração, que serve para realçar a importância daqueles que, dotados de um olhar especial e uma escuta atenciosa, trabalham na manifestação de sentimentos como medo, angústia, culpa e dor. O psicólogo, através do olhar, espelha o paciente a descoberta de si mesmo.
A escuta clínica tem um papel fundamental nessa busca. Entender o sofrimento psíquico é um ato de comunicação que vai muito da além da fala, manifestando-se inconscientemente em sonhos, lapsos e sintomas. Quando não olhamos para o lado de dentro, adoecemos nosso corpo físico, em um pedido de socorro de nossas emoções.
São diversos os elementos que conversam com o que guardamos dentro de nós, como gestos, tom de voz e até mesmo o silêncio. Cada nuance demonstra uma pequena parte de um problema escondido, que é abordado de forma natural e humana, em um processo terapêutico contínuo. O psicólogo proporciona ao paciente um ambiente suficientemente bom, em um cuidado que se expressa além de palavras.
A relação entre as partes é mais do que profissional. Quando decidimos pedir ajuda e procuramos um especialista capaz de compreender tal pedido, encontramos um modo de superar as dificuldades e desenvolver um amadurecimento, em uma compatibilidade que traz em nós a maior camada humana, a compaixão.