SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alison dos Santos, 22, conquistou um resultado altamente expressivo na noite de terça-feira (19), nos Estados Unidos. Com aquele que foi o melhor tempo de sua carreira -e o terceiro melhor da história da prova-, o brasileiro se tornou campeão mundial dos 400 m com barreiras.
No Mundial de Eugene, no estado do Oregon, o paulista de São Joaquim da Barra teve ampla vantagem sobre os concorrentes. Ele completou o percurso em 46s29 (recorde do Mundial), 0s60 à frente do segundo colocado, o norte-americano Rai Benjamin.
Completou o pódio o também norte-americano Trevor Bassit, com 47s39. Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio e recordista mundial, o norueguês Karsten Warholm não teve bom desempenho, errou em uma das barreiras e obteve apenas o sétimo lugar, com 48s42.
Bronze na última edição olímpica com o tempo de 46s72, Pio, como é conhecido o brasileiro, baixou bastante seu tempo desde então. Ainda muito jovem, trabalha para chegar bem aos Jogos de Paris, em 2024, e tem tempo para crescer em sua promissora carreira.
Na noite de terça, ele se tornou apenas o segundo atleta do Brasil a conquistar uma medalha de ouro no Mundial, o primeiro homem. Só Fabiana Murer, em 2011, no salto com vara, havia subido ao topo do pódio.
“É um momento indescritível. Uma sensação maravilhosa”, disse ao SporTV. “Sabe quando você sonha com alguma coisa e acorda todo dia pensando no que precisa fazer para alcançar. Eu estava assim nesta temporada, e aqui veio o meu melhor resultado.”
Como havia feito em Tóquio, Alison chegou ao ápice da temporada no momento ideal, na hora de maior pressão. De novo, estabeleceu seu recorde pessoal, mostrando tranquilidade para lidar com o grande palco.
“Agora estou com o apelido de Gelado. Aqui é a parte fácil. Competir é muito fácil! Não tem dificuldade, não tem estresse, não tem dor, não tem nada. Difícil é o treino. Aqui, eu me sinto em casa, porque sei que a parte difícil já foi”, afirmou.
Para Piu, é possível buscar o melhor tempo da história da prova, registrado justamente na final de Tóquio, por Warholm, 45s94. Se fechar a disputa abaixo dos 46 segundos parecia impossível há pouco tempo, não é mais. “[A pergunta] não é nem mais se é possível. É quando.”
“Daqui a 30 ou 40 anos, vão se lembrar do que o Alison dos Santos fez nos 400 m com barreira”, disse o simpático atleta, com um sorriso capaz de tornar a frase não arrogante. A celebração foi interrompida pelo norte-americano Bassit, bronze, que lhe deu um tapa no ombro: “46s29, man?”.
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