REINALDO SILVA
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O Paraná é o maior exportador de carne de frango do Brasil. Diariamente são abatidas 9 milhões de aves, totalizando 2 bilhões ao ano. O Noroeste do Estado tem participação importante nesse cenário, com 3.700 aviários, mais de 800 só em Paranavaí, e volume crescente de indústrias.
Diante da relevância da cadeia produtiva, a chegada a Influenza Aviária ao Brasil preocupa as autoridades sanitárias.
O gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, revela que é difícil mensurar os prejuízos que a doença provocaria na economia paranaense. “Obviamente afetaria de maneira significativa e negativa.”
Exatamente por isso, os órgãos de vigilância e fiscalização têm lançado mão de estratégias para controlar a entrada de aves silvestres no Paraná, especialmente pelo Litoral. O movimento migratório comum nesta época do ano pode ser a porta de entrada para a Influenza Aviária, analisa Dias.
Enquanto isso, a Adapar está preparada para acompanhar casos suspeitos da doença em propriedades rurais, com coleta de materiais e investigação. Também mantém contato com outros órgãos de pesquisa, caso da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Estamos fazendo o monitoramento”, reforça o gerente de Saúde Animal.
Os primeiros casos de Influenza Aviária na América do Sul foram identificados em outubro de 2022 na Colômbia. Desde então o vírus se espalhou pelo continente e atingiu Chile, Peru, Uruguai e Argentina. O Brasil também teve confirmações no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, estados em que há pacientes humanos com suspeita da doença.
Apesar da possibilidade de contágio humano, Dias garante que o consumo da carne de frango não traz riscos de transmissão da Influenza Aviária, desde que o alimento seja devidamente cozido. Não é preciso eliminar do cardápio.