REINALDO SILVA
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Por muito tempo, Gisele Keiko Makino se perguntou como seria a vida da filha quando não pudesse mais estar por perto e despender os cuidados necessários. Diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA), a menina de 10 anos de idade precisa de acompanhamento profissional constante e depende da mãe para desempenhar atividades do dia a dia.
A condição da filha motivou Gisele a buscar informações e entender as nuances do TEA. Percebeu que aquele questionamento que a acompanhou durante anos deveria ser substituído por outro: “O que posso fazer agora e nas condições que tenho?”. Decidiu buscar apoio para fundar o Centro de Atendimento ao Autista de Paranavaí.
A entidade filantrópica existe desde 2019 e tem atuado no sentido de levar informações a respeito do TEA. A missão é despertar nas pessoas o interesse pelo assunto e conscientizar a sociedade. Ao mesmo tempo, oferece apoio a pais e familiares de autistas e proporciona trocas de experiências.
O trabalho rendeu o reconhecimento da Câmara de Vereadores, que concedeu moção de aplauso a Gisele Keiko Makino. A entrega foi na noite de segunda-feira (10), data oportuna em razão da campanha Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o autismo.
A presidente do Centro de Atendimento ao Autista de Paranavaí disse se sentir honrada não somente pela homenagem, mas também pela visibilidade dada à luta por melhores condições de acolhimento e acompanhamento das pessoas com TEA.
Há um longo caminho a ser percorrido até que a rede de atenção aos autistas esteja devidamente estruturada, tanto no setor privado quanto no âmbito do poder público.
O caso do Centro de Atendimento ao Autista de Paranavaí não é diferente. A proposta de estruturar uma entidade com essa finalidade surgiu de forma espontânea e ganhou apoio de pais e simpatizantes da causa.
No entanto, os custos para manter profissionais de saúde especializados são altos e por enquanto a associação filantrópica não dispõe de recursos suficientes. O sonho de Gisele é transformar em entidade de utilidade pública e acessar subsídios governamentais, mas a possibilidade esbarra em questões burocráticas.
Uma alternativa seria firmar parcerias com instituições que atendem autistas e, pouco a pouco, estruturar o grupo multidisciplinar que ofereça as diferentes formas de terapia de que as pessoas com TEA precisam. Gisele tem trabalhado nesse sentido.
Moção de aplauso – A homenagem concedida pela Câmara de Vereadores de Paranavaí foi proposta por Luís Paulo Hurtado e recebeu a assinatura de outros parlamentares: Fernanda Zanatta e Leônidas Fávero Neto, atualmente licenciados das funções legislativas, Amarildo Costa e José Galvão, além dos ex-vereadores Luiz Aparecido da Silva (Mancha) e Valmir Trossini, afastados do cargo.
Assim o autor justifica a homenagem: “Gisele Keiko Makino tem feito incansável trabalho voluntário, fiscalizando, auxiliando pais e prestando informações, pensando sempre no melhor para os autistas e suas famílias”.