REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Todas as pessoas acima de 18 anos de idade podem receber a vacina bivalente contra a Covid-19. Para isso, é necessário ter pelo menos as duas doses iniciais da monovalente. Apesar dos altos índices de cobertura no Noroeste do Paraná nas primeiras etapas, apenas 17% da população elegível se vacinou com a bivalente, que reúne os dois tipos de vírus causadores da doença.
Números do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus) mostram que 98% dos moradores com 5 anos de idade ou mais têm a primeira dose do imunizante e 90%, a segunda.
O atual cenário é preocupante, já que as coberturas vacinais estão abaixo do esperado.
Sem o alcance vacinal necessário para fortalecer a barreira de proteção contra o vírus causador da Covid-19, ainda em circulação, há, sim, o risco de novos surtos.
De acordo com a 14ª Regional de Saúde, os municípios enfrentam algumas dificuldades para ampliar os índices de imunização.
O primeiro problema é que a redução no número de casos positivos da doença induz a população a acreditar que não é preciso completar o esquema de vacinação. Errado.
Outra dificuldade muito frequente é a disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news. “Isso interfere de maneira negativa nas ações de combate à Covid-19”, assegurou a equipe da 14ª Regional de Saúde. Com o avanço das tecnologias e o surgimento de diferentes redes sociais, o compartilhamento de informações mentirosas gera pânico e afasta as pessoas das salas de vacina. Errado.
O apelo é que os moradores se dirijam à unidade básica de saúde mais perto de casa e atualizem a carteirinha de vacinação – não só para a Covid-19, mas também as vacinas de rotina para crianças, adolescentes, adultos e idosos, de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunização (PNI). Certo.
Os municípios têm papel fundamental. “Todos estão trabalhando e se empenhando para aumentar o índice de vacinação”, garantiu a 14ª Regional de Saúde, que frequentemente promove treinamento e aprimoramento dos profissionais acerca da imunização.
Ainda sobre os municípios, a 14ª Regional de Saúde afirmou que é preciso detectar fragilidades que comprometam as ações de vacinação e manter o foco em soluções práticas e eficientes. “Muitos estão atendendo em horário estendido, realizando ações nos finais de semana, intensificando a busca ativa de faltosos.”
Municípios – Com aplicação de 813 doses da bivalente, Itaúna do Sul é o município com maior cobertura vacinal, 36,07%. Em Santo Antônio do Caiuá, 32,01% da população elegível já foi imunizada nesta etapa.
Proporcionalmente ao número de habitantes, as menores coberturas vacinais são identificadas em Santa Cruz de Monte Castel (8,38%), Querência do Norte (8,73%) e Santa Mônica (9,66%).
Em Paranavaí o índice é de 19,55%.
Óbitos – Desde março de 2020, quando o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no Noroeste do Paraná, a 14ª Regional de Saúde contabilizou 861 óbitos.
No primeiro ano da pandemia, foram 97 mortes. 2021 seria ainda mais crítico, somando 658. Com o avanço da estratégia de vacinação, 2022 apresentou redução significativa no número de óbitos, 103. Até agora, em 2023, a Regional de Saúde registrou três.
A morte por Covid-19 mais recente foi no dia 8 de julho: uma mulher de 90 anos de idade, sem comorbidades, que estava internada na Santa Casa de Paranavaí.
Durante todo esse período de crise sanitária, Paranavaí foi o município com maior quantidade de óbitos, totalizando 360. É preciso considerar, é claro, que se trata da cidade com mais moradores, 91.950, segundo o Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na outra ponta da tabela aparecem municípios com menor população: duas mortes em Jardim Olinda e Nova Aliança do Ivaí, quatro em São Pedro do Paraná e Mirador, cinco em Planaltina do Paraná e Paranapoema, seis em Itaúna do Sul e oito em Porto Rico.
Proteção – Consta do sistema de notificações de casos suspeitos de Covid-19 que a 14ª Regional de Saúde vem apresentando queda nas confirmações, mês a mês. Para ter uma ideia, em abril houve 142 resultados positivos, em maio foram 121, em junho, 49 e em julho, 46.
Em relação aos internamentos, desde o início do ano até agora a Santa Casa de Paranavaí registrou 82 pacientes de toda a região com quadros moderados a graves da doença. O mais recente deu entrada ontem (4).
Evidentemente a vacinação é uma barreira de proteção contra casos graves da doença e óbitos, mas também é necessário manter outros cuidados, muito comuns durante o período mais severo da pandemia.
A Regional de Saúde fez uma lista: higienizar as mãos, usar máscara de proteção facial em locais de alto risco (unidades de saúde e hospitais, por exemplo), evitar tocar o nariz, a boca e os olhos e cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir.