*Mario Eugenio Saturno
Em artigo anterior sugeri criar o Quociente de Inteligência Política, QIP, e defini inteligência utilizando os conhecimentos que adquiri na Ciência da Computação da Universidade Federal de São Carlos e no mestrado no INPE na disciplina de Inteligência Artificial.
Inteligência é a capacidade de resolver problemas, que depende do conhecimento já adquirido, da velocidade do raciocínio, da experiência, e das técnicas de análise e raciocínio. Ou seja, depende um pouco do cérebro e muito do conhecimento e treinamento. Platão percebeu isso e escreveu muitos livros para treinar o raciocínio.
Dessa forma, a inteligência política depende muito de conhecimentos profundos de cidadania e estado. Com baixo QIP, vemos muitos políticos não desonestos a agir contra os interesses do Brasil. E muitos fazem pior, utilizam indevidamente Deus e a religião, demonstrando também entender pouco de teologia.
Curiosamente, muito antes da Revolução Francesa, o cristianismo já estabelecia a igualdade entre todos os seres humanos, não havendo diferença entre judeu e grego, nem entre escravo e livre, homem e mulher (Gal 3, 26-28). Que o direito individual deveria ser exercido para o bem da comunidade: trabalhe seriamente por realizar o bem, para ter com que socorrer os necessitados (Ef 4,28). E o dever era explícito: quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer (2 Ts 3,10).
A ignorância de alguns políticos é tão grande que defende o assassinato de bandidos, não entendem Jesus, são mais ultrapassados que os povos do Antigo Testamento que seguiam o Código de Hamurabi (de 1.772 a.C.) que já proibia esses assassinatos, essa vingança brutal.
Pessoas com esse tipo de baixo quociente, eu já conhecia desde quando era criança no final dos anos 1.960, mas nestes últimos anos, fiquei surpreso com a quantidade de políticos e militares tão pouco inteligentes. Agradeço a Deus pelo Brasil não entrar em uma guerra, seríamos massacrados. Agora entendo porque nós no INPE recusávamos os equipamentos fabricados pelo mesmo fornecedor de mísseis da Aeronáutica. Eu ficava com pena dos pilotos brasileiros em confiar em mísseis que, acredito, não funcionariam na hora H.
Generais que pensavam que o Nordeste Brasileiro estava no hemisfério norte, que confundia Manaus do Amazonas com Macapá do Amapá, militar que cria ser a mesma coisa bomba atômica e bomba radiológica, que não entendiam de guerra bacteriológica e que deixaram um vírus espalhar pelo Brasil e matar certamente mais de 700 mil cidadãos, a maioria, produtivos.
Militares que deveriam ser os mais patriotas da nação, mas que, por ignorância gigantesca, trouxeram a morte estúpida e cruel, a destruição da mata que torna esta nação aquosa, a carestia, a usura, a espoliação pelo Imposto de Renda injusto, o desemprego e a fome. Por isso tudo, além do QIP, precisamos do CIP, Cociente de Inteligência Patriótica.
Cansei de ver gente que se acredita patriota, mas defende ideias que prejudicam muito o país, especialmente militares que se reformam com menos de 40 anos, ou seja, mama no erário, mas acusa banqueiros de mamarem no governo.
*Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano