Uma das queixas mais comuns nas unidades de pronto atendimento pediátrico, a febre em crianças gera medo excessivo em muitas famílias. Apesar de um sinal de alerta para indicar que algo não vai bem, a condição, na maioria dos casos, pode ser encarada de maneira tranquila.
Médica pediatra em Paranavaí, Agnes Andrade diz que alguns pais ficam extremamente ansiosos e aflitos ao verem o filho febril. A preocupação exagerada tem até um nome: febrefobia. Contudo, ela explica que a elevação da temperatura corporal é uma reação fisiológica completamente normal, que ocorre quando o organismo identifica uma agressão física, química ou biológica.
“Quando aceleramos o motor do nosso carro, por exemplo, ele esquenta. O mesmo acontece com o nosso corpo. Há uma vasodilatação para levar mais sangue ao local acometido e aumenta-se a produção de anticorpos, os glóbulos brancos, visando diminuir ou até combater a infecção. Ou seja, a febre não é um inimigo a ser combatido e, sim, uma ferramenta do corpo, um alerta.”
Segundo a especialista, considera-se febre quando a temperatura da criança está acima de 37,8°C. A marca, no entanto, não requer, necessariamente, medicação imediata. Nos casos em que a criança estiver bem, ainda ativa, a recomendação é mantê-la hidratada, com o corpo fresco e confortável. “Em boa parte das vezes, a temperatura melhora por si só”, afirma.
Por outro lado, caso haja atualizações do quadro e a febre aumente, a medicação pode começar a ser considerada. “A gente não deve medicar uma criança baseada em números. Acima de 38°C precisamos medicar? Não. Na verdade, nós devemos olhar a criança e o estado geral dela, como ela está”, aconselha.
Crianças com febre acima de 38°C, mas ainda ativas, sem queixas e brincando podem continuar somente sob a observação do responsável. Porém, nos casos de febre baixa, mas com sinais de moleza, prostração, gemência, choro, a medicação pode ser necessária para o conforto da criança.
“O ideal é que escolhamos apenas um medicamento, e nada de ficar intercalando remédios, porque isso aumenta muito o risco de intoxicação da criança e também de hipotermia, de baixar demais a temperatura da criança”, alerta a pediatra.
Quando devo me preocupar?
Agnes detalha que a febre deve ser motivo de preocupação em crianças com menos de 3 meses, com quadro febril há mais de três dias e sem origem aparente; ou quando há febre associada a outros sintomas: esforço respiratório, afundamento de garganta, afundamento de costelas, prostração intensa, dor de cabeça intensa, vômitos que não melhoram, dificuldade para mobilizar o pescoço ou sinais de apatia intensa.
“No momento da febre é esperado que a criança respire mais rápido, que o coração acelere e as extremidades do corpo fiquem mais frias, mas, cessada a febre, ela precisa voltar a ficar bem. Caso isso não ocorra, contate seu pediatra e procure um pronto atendimento para avaliação”, aconselha.
Convulsão febril
Outra condição que causa medo em muitos pais de crianças é a convulsão febril. A crise pode acontecer em crianças entre 6 meses e 6 anos, tanto em febres mais baixas, quanto quando há temperaturas mais altas.
Mas, de maneira geral, trata-se de uma condição benigna, que não deixa sequelas e não necessita de medicamentos preventivos, conforme a especialista. “A crise depende muito mais de predisposição genética. Portanto, crianças que tenham pais que tiveram crise convulsiva na infância têm uma chance maior de acontecer”, explica.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
Endereço: Rua Manoel Ribas, 1978, Parque São Lourenço, ICT Clínica, em Paranavaí
Telefone/WhatsApp: (41) 9 9732-2294
Instagram: @agnes.pediatra