A taxa SELIC, no Brasil, está com juros escorchantes de 13,75%, mas isso não diz respeito ao multibilionário futebol. Aliás, este está cada dia mais rico com torcedores mais pobres, sujeitos a bárbara violência, como a que ceifou a vida da jovem torcedora do Palmeiras, no auge de sua existência.
A corrupção no futebol é assunto corrente, maior que o racismo, embora a mídia esportiva, com raras exceções, não demonstre interesse em cobrir esse tipo de pauta, como os recentes cases da manipulação de resultados em jogos do futebol brasileiro, favorecendo apostadores, atitudes comprovando a teoria da podridão deste reino, que não é o da Dinamarca em palavras shakespeareanas.
Vamos à análise dos fatos – A velha impunidade e a corrupção continuam nos mesmos moldes; antigos caudilhos ainda são eleitos com os novos currais eleitorais: os robots seguidores nos Instagrans, as fakesnews, escolhem alguns representantes de espúrios interesses econômicos, e o futebol não está isento destes péssimos políticos, alguns são até dirigentes de grandes clubes. Lembrando Laudo Natel e Wadi Helu (Morumbi e Pacaembu – SP).
Os bilhões de dólares e euros continuam falando mais alto que as vidas e o racismo, o faturamento com os campeonatos de futebol, e com as casas de apostas apresentam cifras estrondosas. As políticas esportivas estão sendo declinadas em detrimento do multimilionário mercado esportivo. As políticas sócio esportivas, a inclusão social, o resgate de meninos e meninas de um submundo obscuro, das ruas, drogas e de outras problemáticas, não aparece no jornal, não dá audiência nas redes sociais e nas televisões. Os programas do governo não direcionam as políticas sociais para estes coletivos. Inexistem políticas socioesportivas neste país, as verbas públicas sustentam o Comitê Olímpico Brasileiro e os clubes de futebol, mesmo com todo este espectro de corrupção, e os milhares de vulneráveis continuam a peregrinar nos logradouros, sem o futuro que a nação lhes deveria garantir. As políticas socioesportivas não tiveram lugar, a não ser nos pífios programas de ONGs, e os investimentos do orçamento oficial continuaram direcionados para o esporte de alto rendimento, em detrimento do esporte social, do escolar, de base e do classista.
O esporte é um fenômeno internacional e sua linguagem universal está presente em todas as sociedades civilizadas há muitos séculos. A confirmação desse fenômeno, foi comprovada em diversas pesquisas, sobre a democratização do acesso ao esporte, e de como ele pode realizar a socialização e inclusão de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social.
Existem soluções plausíveis para a inclusão social pelo esporte, pois resultados de pesquisas científicas, de teses doutorais, de inúmeros livros de cientistas sociais, comprovam está viabilidade, os caminhos são factíveis, e de baixo custo, por exemplo, utilizando os equipamentos esportivos das universidades públicas, e com o envolvimento de seus estudantes, neste processo socializador e inclusivo, como voluntários, retribuindo o investimento do erário em suas formações.
E os governos republicanos deixarem de usar o Esporte, como moeda de troca, para acomodar os apaniguados.