Abril foi o quarto mês seguido de crescimento na oferta de trabalho formal (com carteira assinada) na indústria paranaense. O estado abriu, no total, somando todas as atividades, 9.429 vagas no mês. Serviços foi o principal empregador (3.367), seguido pela indústria (2.611), comércio (1.592), construção civil (1.536) e a agropecuária (323). Os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged) mostram que o segmento industrial registrou alta de 22% na comparação com abril do ano passado.
O resultado ficou abaixo do esperado na comparação com março deste ano, com queda de 9%. No acumulado de janeiro a abril, o setor empregou 10.018 trabalhadores, valor 33% abaixo do que havia sido contabilizado no mesmo período do ano passado, que foi de 14.887 postos. Nos últimos 12 meses, a indústria contratou 11.592 trabalhadores, 64% menos do que no mesmo intervalo de tempo de 2022, quando as novas vagas abertas somaram 32.558.
A indústria nacional também tem aberto mais oportunidades. Em abril, o saldo nacional chegou a 18.713 novos empregos, que fecham o primeiro quadrimestre em 114.590 novas admissões de saldo. O Paraná foi o sexto estado do país que mais criou empregos na indústria do país em abril. No ano, está atrás de São Paulo (41 mil), Rio Grande do Sul (24 mil), Santa Catarina (19 mil) e Minas Gerais (17 mil).
“Avaliamos o resultado como positivo porque a indústria estadual continua a abrir vagas mesmo diante de um cenário macroeconômico desfavorável”, avalia a analista da Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari Santos. “A taxa de juros elevada, hoje em 13,75% ao ano, é um impeditivo para as novas contratações porque o custo do capital está mais alto para o empresário”, explica. “Antes de contratar, é preciso ajustar o orçamento e buscar recursos no mercado. Mas esse acesso ao crédito está bem caro atualmente no Brasil”, justifica.
Uma boa notícia, segundo Mari, é que a partir de abril, analistas e agentes econômicos têm acreditado numa melhora nas expectativas do mercado, com previsão de queda da Selic até o fim do ano e aumento no PIB. “Talvez essa constatação tenha animado alguns empresários, que já estariam se preparando para este cenário mais favorável no segundo semestre”, completa.
Atividades geradoras – Entre os segmentos da indústria que mais contrataram em abril estão alimentos (1.061), madeira (405), produtos diversos (166), máquinas e equipamentos (161), petróleo (145), produtos químicos (143), borracha e material plástico (109), couro (103) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (101).
Das 24 áreas avaliadas, seis ficaram negativas, ou seja, mais demitiram do que admitiram trabalhadores. É o caso de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-118), fabricação de equipamentos de informática (-78), produtos têxteis (-49), metalurgia (-41), vestuário (-35) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-21).
Já entre janeiro e abril, o segmento alimentício lidera o ranking de contratações com 3.559 admissões. Na sequência aparecem vestuário (1.424), borracha e material plástico (738), automotivo (737) e produtos de metal e produtos químicos, ambos com 614 vagas abertas.
Quatro setores fecharam postos de trabalho. Entre eles máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-628), metalurgia (-205), minerais não metálicos (-178) e fabricação de equipamentos de transporte (-55).
Perfil – Em abril, dos 2.611 profissionais contratados, 1.812 foram homens e 799 mulheres. A grande maioria, jovens entre 17 e 24 anos (2.858) e com Ensino Médio completo (1.410).