A pesquisa mensal feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que os empresários estão mais otimistas em relação à economia e os negócios em setembro. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou três pontos na comparação com o mês anterior, chegando a 62,4 pontos. É o maior patamar desde agosto de 2021, quando ficou em 66,4 pontos, numa escala que vai até 100. Acima dos 50 é a faixa do otimismo, enquanto abaixo disso é considerado pessimismo.
Na composição do ICEI, o indicador de expectativas aumentou 2,1 pontos, somando 63,8. Também o melhor resultado desde agosto de 2021, quando ficou em 68,6 pontos. “O avanço se deve especialmente pela percepção mais positiva do industrial sobre a economia brasileira nos próximos meses”, analisa o economista da Fiep, Marcelo Alves. “Este aumento demonstra otimismo disseminado da indústria para os próximos seis meses, atrelado a fatores como a estabilidade da inflação e possibilidade de queda até o final do ano, desonerações em itens como energia e combustíveis, melhora no nível de emprego e a retomada de programas de auxílio e renda, que resultar em aumento do consumo”, afirma o economista.
Da mesma forma, o indicador de condições – relativo aos últimos seis meses, subiu pelo segundo mês seguido. Avançou 4,9 pontos, totalizando 59,6. “Ao se afastar da linha divisória de 50 pontos, o resultado aponta que o empresário reconhece uma melhora das condições atuais”, justifica. Pode-se dizer que os empresários fizeram uma transição de uma percepção de piora para uma de melhora em relação à economia brasileira na passagem de julho para agosto. E, em setembro, a situação ficou ainda mais positiva.”
O que ajuda a explicar essas condições é que taxa de juros e inflação vinham em sequência de alta. Some-se a isso, a elevada carga tributária atrelada ao setor. Esse pacote tem potencial impacto sobre a indústria porque pressiona ainda mais os custos de produção. “Essa melhora na economia é um alívio ao bolso dos empresários, o que acaba influenciando na confiança deles”, argumenta.
Construção civil – Decompondo o ICEI geral, é possível notar que o índice da construção, mesmo na área de otimismo (64,3), apresentou redução de -4,3 pontos em relação ao mês anterior. O aumento sucessivo na taxa básica de juros até o mês passado, condição que encarece o crédito e dificulta a aquisição de financiamentos imobiliários, pode explicar essa queda na confiança do segmento de construção. Já o ICEI da indústria subiu 4,8 pontos em relação ao mês anterior, chegando a 62,1 e atingindo o melhor resultado desde agosto do ano passado.
Esta foi a última pesquisa antes das eleições majoritárias de 2 de outubro. “Normalmente, o período que antecede o pleito gera instabilidade política e econômica e interfere no volume de produção das indústrias. O empresário aguarda a definição do cenário para poder tomar suas decisões com maior segurança. O impacto do resultado das eleições no setor só poderá ser percebido nas pesquisas dos próximos meses”, conclui o economista da Fiep.