Todos os dias, mulheres no mundo enfrentam obstáculos pelo fato de serem… mulheres. Situação que não é diferente dentro esporte. Futebol, vôlei, basquete, lutas e várias outras modalidades até pouco tempo eram disputadas por homens, pois para muitas pessoas não eram atividades apropriadas para o sexo feminino.
A situação ainda está longe do ideal, mas felizmente esse cenário vem sendo alterado e as mulheres mostram para o mundo que o lugar delas é onde queiram estar, inclusive dentro dos octógonos da maior organização de lutas de MMA do planeta, Ultimate Fighting Championship – UFC.
Fundada em 1993, a organização promoveu sua primeira luta de mulheres no ano de 2013. Atualmente o quadro do UFC é composto por 2.943 atletas, sendo apenas 280 mulheres, entre as quais estão 57 brasileiras. Já os homens brasileiros são 190.
Neste pequeno grupo de mulheres que lutam não apenas pelo cinturão do UFC, mas também pelo devido espaço e valorização no esporte está a paranavaiense Bruna Brasil. Ela foi contrata pela organização em 2022.
A lutadora conversou com a equipe do Diário do Noroeste e falou sobre seu início na luta, dificuldades e valorização das mulheres em um esporte que predominantemente é praticado por homens.
Bruna acredita que as mulheres não devem focar nas comparações entre gêneros, pois avalia que o cenário está mudando para melhor.
“A mídia e os fãs de luta estão cada vez mais se apaixonando por combates femininos. Então é questão de tempo para que nosso espaço seja mais valorizado. Vamos manter o trabalho e pensar de forma positiva, pois tenho certeza que as futuras gerações vão desfrutar de um cenário melhor.”
Mas a competidora ressalta que as mulheres têm que se esforçar o dobro para alcançar o mesmo reconhecimento que um atleta do sexo masculino recebe. “Já presenciei e vivencio muitas situações, nós mulheres temos que nos esforçar o dobro.”
Bruna relembra que iniciou no esporte ainda muito pequena. “Acho que tinha uns 4 anos.” O primeiro esporte escolhido foi o futebol.
“Quando comecei a jogar futebol, treinava com os meninos na escolinha do bairro. Sofria um pouco de bullying por parte deles, era chamada de machão ou macho-fêmea. Eu respondia da melhor forma, jogando melhor que eles.”
Bruna entrou para o mundo das lutas aos 19 anos, treinando kickboxing, em uma praça em Maringá. Apesar de no início o pai não aprovar muito a ideia, pois se tratava de um esporte agressivo, ela afirma que sempre recebeu o apoio da família e atualmente ele fica emocionado ao assistir suas lutas.
“No geral minha família me apoia muito. Minha mãe sempre me apoiou muito em tudo que faço e que quero conquistar. Na luta é minha fã número um. Meu pai no início não gostou muito, por ser um esporte muito agressivo. Ele não consegue assistir as minhas lutas, fica muito emocionado.”