REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
“Agradeço a Deus todos os dias pelo privilégio de estar com minhas filhas e saber que tudo o que plantei está dando frutos. É muito gratificante.” A emoção que acompanha as palavras da empresária Elizabeti Cristina Negri ganha a forma de lágrimas.
Ao lado da mãe, Renata Nayara Negri Rodrigues França e Tânia Cristina Negri Rodrigues Maronezi também se comovem.
Choram juntas, porque juntas decidiram se reerguer após perderem a empresa da família em um processo de separação. Precisaram começar do zero, mas encontraram nos laços de mãe e filhas a força para enfrentar o desafio.
De 2010 a 2014 venderam roupas de casa em casa, pois não tinham um ponto fixo para atender as clientes. A primeira loja, em Tamboara, foi inaugurada em 2014 e mostrou às três que tinham mais do que uma boa ideia: tinham talento para o comércio e capacidade para crescer.
Em 2018 abriram outra loja, então em Paraíso do Norte. Convenceram-se de que os resultados estavam acima de todas as expectativas e sonharam ainda mais alto. Depois de tantos pedidos, perceberam a necessidade de chegar a Paranavaí, que consideram referência regional para o mercado de confecções e em 2022 colocaram a nova unidade em funcionamento.
Agora Beti, Renata e Tânia já se preparam para chegar a mais uma cidade do Noroeste. Em breve terão uma loja em Alto Paraná.
Ao ler o resumo, pode parecer que a história de mãe e filha é simples. Mas para chegar até aqui tiveram de vencer problemas financeiros, conquistar espaços e contornar o preconceito por serem mulheres. A Unikas prova que obtiveram sucesso.
Logo na entrada da loja de Paranavaí, um recado que fala direto ao coração das clientes: “Sua beleza é única”. Ali também está outra motivação para quem visita a empresa: “Comece com um sorriso”.
É nesse ambiente de ar aconchegante que as três recebem o Diário do Noroeste. Levam a equipe de reportagem à cafeteria, no mesmo prédio, onde as clientes podem se sentar para conversar, tomar café, comer um salgado ou um doce. Mesmo quem não vai fazer compras pode aproveitar o espaço gastronômico.
Ali mãe e filha trocam elogios e se emocionam ao lembrar de tudo o que passaram juntas. Resumem o sentimento que as vitórias proporcionam: “Me sinto abençoada”, diz a mãe. “Estamos muito realizadas. O desafio é grande, mas não penso em fazer outra coisa”, assegura Renata. “Tivemos a oportunidade de mudar, mas escolhemos fazer tudo de novo e trabalhar juntas”, completa Tânia.
Para Beti, o fato de ter as filhas não somente no âmbito familiar, mas como sócias na empresa é motivo de orgulho. Motivo também para celebrar de forma efusiva o Dia das Mães. “Tantas mães não têm mais os filhos ou estão longe. Ter as duas comigo é um privilégio.”
As filhas também falam da alegria de poder aproveitar cada momento que passam com Beti. “É uma bênção muito grande, espero tê-la por muitos e muitos anos”, agradece Renata, seguida por Tânia: “Sou muito grata por essa união”.