Muito embora não seja o pior momento de sua história centenária, o Flamengo atual sem dúvida preocupa seu torcedor naquele que é considerado como o pior momento desde 2016 (segundo mandato do ex-presidente Eduardo Bandeira de Melo), quando colocou suas contas em dia, e passou a ser a instituição mais rentável do futebol brasileiro e posteriormente da América do Sul.
O que acontece com esse time que não dá mostras de reagir mesmo com a troca de diversos treinadores e por dois anos seguidos com receitas acima de 1 bilhão de reais? Várias hipóteses já foram levantadas, mas é difícil chegar a exata, é possível que seja multifatorial inclusive.
Poderíamos pensar na ausência de Jorge Jesus, pouco provável na minha opinião, pois o treinador viveu seu melhor momento no ano de 2019 e boa parte do elenco não está mais no clube rubro-negro. Uma segunda hipótese é a de que os atletas ganharam muito e perderam o apetite, hipótese que também rechaço, pois muitos que la estão não participaram dos grandes momentos do clube.
Existe uma corrente que aponta para a dificuldade do elenco em entender o que os treinadores estrangeiros propõem quanto ao modelo de jogo (Paulo Sousa, Vitor Pereira, e agora Sampaoli), também não consigo acreditar nessa hipótese pois todos são jogadores com passagens em grandes clubes da Europa.
Vamos parar por aqui e tentar entender o que realmente pode estar acontecendo, digo, “pode” porque obviamente não teremos a certeza de nada, penso que talvez nem a diretoria tenha.
O que me parece acontecer com o Flamengo atual é uma quebra de cadeia de comando, uma quebra de hierarquia. Flamengo ficou muito tempo sem conquistar grandes títulos em sequência, o que aconteceu em 2019/2020 e que elevou o patamar de alguns jogadores a ídolos eternos do clube, tais como os de 1981: Leandro, Junior, Mozer, Andrade, Adílio e cia. O clube dirigido por pessoas do mundo corporativo sucumbiu diante dessa grandeza e passou a ficar refém de algumas lideranças quanto a gestão no futebol.
Especificamente em 2023, obviamente houve um erro de planejamento, primeiro ao dar mais de 40 dias de férias ao elenco que tinha competições importantes no mês de fevereiro, depois não renovar com um treinador que vinha tendo o respaldo do grupo por outro de perfil menos paternalista. Por fim a chegada de Sampaoli, que me agrada como treinador, mas que a meu ver está errando em coisas simples como dar respaldo a jogadores nitidamente abaixo técnica, física e emocionalmente, bem como aumentar o volume e intensidade nos treinos, com pouco tempo de recuperação pode lhe custar caro. É aguardar para ver, um grande abraço a todos.