Morreu nesta sexta-feira (7) André Felippe Falbo Ferreira, o Pampa, campeão olímpico com a seleção brasileira masculina de vôlei nos Jogos de Barcelona, em 1992, e de longa carreira na política. Aos 59 anos, ele lutava contra um Linfoma de Hodgkin (câncer do sistema linfático).
Pernambucano de Recife, o jogador estava em tratamento desde janeiro, quando descobriu a doença. Ele chegou a ficar internado por um mês na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital em Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Em meio a complicações pulmonares, que surgiram durante a quimioterapia, ele precisou ser intubado. O avanço da doença, porém, levou os médicos a sugerirem uma transferência para São Paulo. O transporte dele foi feito em um avião da FAB (Força Área Brasileira). Depois, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) fez a escolta da ambulância até o UTI do Hospital Beneficência Portuguesa, onde ele também ficou na UTI.
Como jogador, Pampa inicia sua carreira no Santa Cruz e depois passou por diferentes clubes no Brasil, no Japão e na Europa, como Palmeiras, Suzano, NEC Otsu, Napoli e Lazio.
Vestindo a camisa da seleção brasileira, ele disputou cinco Ligas Mundiais, dois Jogos Pan-Americanos, quatro Sul-Americanos, dois Mundiais, duas Copas do Mundo e duas Olimpíadas.
A estreia em Jogos Olímpicos aconteceu em Seul, no ano de 1988, quando era considerado um dos calouros, recém-chegado na já famosa “geração de prata”, responsável pela primeira medalha do país modalidade, com o vice nos Jogos de Los Angeles, em 1984. Na Coreia do Sul, o Brasil acabou perdendo a disputa do bronze para a Argentina.
Mais maduro, Pampa voltaria ao maior palco do esporte mundial nos Jogos de Barcelona, em 1992, onde foi um dos destaques do time que conquistou o ouro com vitória sobre a Holanda na decisão, por 3 setes a 0. O pernambucano dividiu a quadra com nomes como Tande, Carlão, Maurício e Marcelo Negrão.
“Pampa foi um jogador de extremo talento e fez parte da geração que levou o vôlei brasileiro pela primeira vez ao alto do pódio olímpico. Será para sempre referência. É um dia muito triste para todo o voleibol brasileiro”, diz o presidente da CBV, Radamés Lattari.
Reconhecido por sua habilidade técnica, ele ganhou o apelido que carregou pela vida toda devido à força de sua corta.
“Quando comecei a jogar no Recife, eu tinha uma cortada tão forte que o pessoal começou a associar: ‘lá vem o coice do cavalo pampa’. Aí, ao invés de me chamarem de Cavalo Pampa, ficou só o Pampa”, disse ele em entrevista para Milton Neves, em 2013.
No início dos anos 2000, ele deixou o esporte e migrou para a política. Fez parte do Ministério do Esporte de 2000 a 2002, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Depois, trabalhou como secretário de esportes em cidades como Suzano, em São Paulo, de 2007 a 2010, e Campos, no Rio, de 2013 a 2015.
Também em 2015, ele passou a trabalhar na Superintendência Estadual de Esporte de Pernambuco.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)