REINALDO SILVA
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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) mantém as medidas de prevenção à gripe aviária. O alerta vale para todo o Estado e tem como principal objetivo proteger uma das principais cadeias produtivas para a economia regional, a avicultura.
O médico-veterinário Rafael Gonçalves Dias, gerente de Saúde Animal da Adapar, informa que o setor gera 100 mil empregos diretos e só perde em Valor Bruto de Produção (VBP) para a cultura da soja.
Entende-se como VBP o índice de frequência anual calculado com base na produção agrícola e nos preços recebidos pelos produtores.
Diariamente são abatidos 9 milhões de aves em todo o Paraná e a qualidade da produção coloca o Estado entre os principais produtores do planeta. Em termos de volume, é o maior exportador do Brasil, com alcance em 150 países.
A preocupação com a disseminação da gripe aviária se intensificou em 2023, quando casos da doença foram confirmados em diferentes estados brasileiros. No dia 6 de novembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) decretou emergência zoossanitária, condição válida por 180 dias.
Em janeiro deste ano, a Adapar renovou a proibição de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de qualquer espécie de aves no Paraná. A medida já havia sido adotada em fevereiro de 2023.
Os protocolos preventivos também se estendem às propriedades com produção avícola. O gerente de Saúde Animal da Adapar destaca os cuidados com o uso de roupas adequadas e a frequência de visitantes aos barracões de frango. Contatos externos sem as devidas precauções sanitárias podem significar contaminação das aves e perdas para os produtores.
Desde o começo do ano passado até agora, o Brasil identificou 155 focos, 13 deles no Paraná, sendo apenas três em aves domésticas, nenhum em propriedades comerciais. A maioria dos animais silvestres contaminados estava em áreas litorâneas, porta de entrada das aves migratórias. Em 2024 ainda não houve casos no Estado.
Rafael Gonçalves Dias explica que as aves doentes manifestam sinais neurológicos, apresentam irritabilidade, correm em círculos e cambaleando e ficam prostradas. A mortalidade aguda é outra característica da gripe aviária, que chega a comprometer mais de 10% do lote em 72 horas. No quadro geral, há uma tendência de que o índice chegue a 90%.
Diante da relevância da avicultura e da ameaça que a doença representa para a economia paranaense, a Adapar tem atuado na investigação de casos suspeitos. O protocolo exige cobertura de um raio de 3 a 10 quilômetros a partir da propriedade com possíveis mortes por gripe aviária.
A vigilância constante é garantida pela equipe técnica da Adapar com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).