Toledo, Castro, Cascavel, Arapoti, Nova Aurora, Guarapuava, Tibagi, São Mateus do Sul e Cerro Azul. Estas nove cidades paranaenses estão na dianteira da agropecuária do Brasil, liderando, em 2022, a produção nacional de pelo menos 12 produtos que vêm do campo.
O levantamento foi feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base na Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), que saiu nesta quinta-feira (21), e na Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada na última sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As pesquisas reúnem todas as informações nacionais sobre o tema.
“A grande vocação do Paraná é produzir alimento para o mundo, e isso é confirmado com os levantamentos nacionais que colocam nossos municípios em destaque”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Dessa forma, nos consolidamos como um dos principais produtores de alimentos do Brasil e do mundo, em quantidade e variedade. Estamos à frente da produção de proteína animal e também nos destacamos na colheita de grão e outros produtos agrícolas”.
O Estado mantém a liderança na produção animal, mas a estiagem que comprometeu a safra de 2021/2022 acabou impactando na produção agrícola. “Mesmo com o ano de 2022 sendo difícil para a agricultura paranaense, devido à severa estiagem, os municípios do Estado lideram o ranking nacional da receita gerada por diversos produtos primários, o que ressalta a capacidade de enfrentamento de dificuldades pelos agricultores do Paraná”, afirmou Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária calculado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), que tem metodologia um pouco diferente, já tinha apontado realidade similar, com 34 municípios no clube do bilhão. “A pecuária cresceu e já representa mais da metade da matriz financeira do agro. Além disso, a produção florestal evoluiu e, apesar da crise hídrica daquele ano, a agricultura continua forte, competitiva e impactando a vida de milhões de paranaenses”, acrescentou Norberto Ortigara, secretário de Agricultura e Abastecimento.
PECUÁRIA – Com um rebanho de 909,8 mil porcos, Toledo, na região Oeste, liderou a produção suína brasileira no ano passado. Segundo a PPM, o rebanho de suínos cresceu 4,3% no País, chegando ao recorde de 44,4 milhões de animais. Mais da metade desse plantel fica na região Sul, sendo que o Paraná, que é o segundo maior produtor nacional, tinha mais 7 milhões de cabeças.
Também na região Oeste, Cascavel ficou em primeiro lugar na criação de galináceos (aves), somando mais de 21 milhões de animais. Cianorte, no Noroeste, foi o quarto maior produtor nacional, com 13,8 milhões de unidades.
No Brasil, o efetivo de galináceos subiu 3,8%, atingindo o recorde de 1,6 bilhão de animais, com destaque para o Paraná, com 470,3 milhões (29,7%). O Brasil é o maior exportador mundial de frangos, e a região Sul, liderada pelo Paraná, concentra a maior parte do abate de aves do Brasil. Em 2022, o Brasil teve incrementos no abate e nas exportações, esta última influenciada pelos casos de gripe aviária nos principais países produtores de frangos, visto que o Brasil é livre da doença.
A produção de pescados é liderada por duas cidades do Oeste paranaense. Nova Aurora produziu 24,4 mil toneladas de peixe em 2022, enquanto Palotina contribuiu com 15 mil toneladas. Em ascensão no País, a produção nacional de peixes atingiu novo recorde de 617,3 mil toneladas e valor de produção de R$ 5,7 bilhões. O Paraná, maior produtor de peixes, respondeu por 27,1% da produção nacional e por 75,7% da Região Sul.
O Paraná também faz dobradinha na produção de leite, com dois municípios dos Campos Gerais à frente. Castro produziu 426,6 milhões de litros de leite em 2022 e é seguido por Carambeí, com 255,6 milhões de litros. No cenário nacional, o Estado é o segundo maior produtor, com 11 bilhões de litros tirados, atrás apenas de Minas Gerais, que chegou a 22,9 bilhões de litros. Em todo o Brasil, a produção de leite somou 80 bilhões de litros.
Outras duas cidades estão no pódio da produção de mel de abelha. Arapoti, no Norte Pioneiro, está em primeiro lugar, com 991,7 toneladas produzidas no ano passado. Em segundo está Ortigueira, nos Campos Gerais, com 825 toneladas. Apesar de estar atrás do Rio Grande do Sul em volume, o Paraná lidera o ranking nacional em relação valor da produção do mel de abelha, que somou R$ 139 milhões.
Apesar de o IBGE não contabilizar a produção por município de casulo de seda, este é outro produto de origem animal no qual o Paraná é o maior produtor. Das 1,8 mil toneladas produzidas no País, 1,5 mil toneladas vieram do Estado, chegando a um valor de produção de R$ 40,6 milhões.
AGRICULTURA – Assim como na pecuária, os municípios paranaenses também se destacam na agricultura e fazem com que o Estado lidere a produção nacional de cevada, feijão, mandioca e erva-mate, além de culturas como o triticale e o centeio, como mostra o novo levantamento da Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE.
Município com o maior Valor Bruto de Produção (VBP) da agricultura estadual, de acordo com o IBGE, Guarapuava, na região Central, liderou o cultivo de três culturas no País: cevada, centeio e triticale, os chamados cereais de inverno. Foram 204,8 mil toneladas de cevada colhidas na cidade em 2022, quase dois terços da produção estadual, de 360,3 mil toneladas. O volume do Estado representa 69% de toda a produção nacional, que chegou a quase 522 mil toneladas.
Três quartos da produção paranaense de triticale veio de Guarapuava, que produziu 73,2 mil toneladas do cereal no ano passado. O Paraná, por sua vez, atende por 76% do que é produzido no Brasil – foram 97,7 mil toneladas no Estado e 127,7 mil toneladas no País. Em relação ao centeio, a cidade colheu 3,1 mil toneladas, enquanto no Estado a produção foi de 8,7 mil toneladas e, no Brasil, 11,2 mil toneladas.
Já o cultivo de trigo no País é liderado por Tibagi, nos Campos Gerais, que colheu 138,4 mil toneladas do grão em 2022, atingindo um VBP de R$ 216,4 milhões. O Paraná é o segundo maior produtor nacional, de trigo e colheu 3,6 milhões de toneladas, sendo que o valor da produção foi de R$ 5,6 bilhões.
São Mateus do Sul, no Centro-Sul do Estado, se destaca na produção de erva-mate, produto em que o Paraná também mantém a dianteira nacional. Foram 67,7 mil toneladas da planta produzidas em São Mateus e 316,6 mil em todo o Paraná. O Estado responde por mais da metade da produção brasileira, que chegou a 618,6 mil toneladas em 2022.
Por fim, Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba, é o maior produtor nacional de tangerina e colheu 124,6 mil toneladas da fruta no ano passado, chegando a um VBP de R$ 134 milhões. A produção na cidade representa 81% do volume colhido em todo o Estado, que foi de 153,7 mil toneladas. No Brasil, o cultivo de tangerina alcançou ultrapassou 1 milhão de toneladas.
Fonte: AEN