O assunto vai parecer remastigado, mas nunca é demais lembrar. Quem lê jornal, vê televisão e ouve aos noticiários, sabe do grande problema enfrentado com a saúde pública – entenda-se SUS de um lado, com sua inoperância sistêmica que continua a não prestar os serviços para os quais foi erigido e de outro lado, a Saúde Pública Municipal, que enfrenta diariamente reclamações pelos serviços insuficientes de suas demandas.
Sabemos que apontar dedos é fácil, mas encontrar soluções depende de um emaranhado de atitudes que geralmente esbarram na disponibilidade orçamentária, tantos são os compromissos financeiros de atendimento do ente público, o Município, às obrigações ali assentadas que crescem em medida superior a do crescimento da entrada de recursos. Isso para dizer – sem adular esse ou aquele – que o limite de receitas impede a expansão de orçamento capaz de atendimento integral das necessidades. Daí os reclamos com a falta de profissionais, de horários disponíveis, de números de consultas liberadas, do insuficiente número de requisições de exames, etc., síntese do que se vê e ouve.
Do outro lado, entretanto, temos uma Câmara de Vereadores com dez vereadores que, insatisfeita em produzir anualmente mais de 4.000.000,00 de despesas, das quais não vemos um resultado satisfatório, aumentar a seu bel prazer – em nome de uma pretensa “representatividade” que não paga conta nem contrata médicos, seu número de elementos em 15, que os ajudarão a não produzir satisfatoriamente no sentido de gestão do dinheiro público, eis que esse aumento aumentará – no mínimo pela metade – o que se gasta hoje.
É mole? Não. É duro, mas é verdade.
Isso quer dizer que a Câmara Municipal de Paranavaí irá consumir, de 2025 em diante, algo em torno de R$ 6 milhões de reais-ano, para fazer o que fazem, o que nos leva a perguntar: se nossa população não cresceu 50% em uma década e nem crescerá, pelo andar da carruagem, por que aumentar a despesa nesse patamar?
Por que os nobres edis, ciosos do compromisso com os votos que receberam pelo crédito em sua palavra de bem ajudar o município, não se juntaram e se cotizaram para, em vez de aumentarem o número de seus pares e, por consequência, elevar à estratosfera as despesas operacionais da Câmara que em nada modificará os bla-bla-blas das sessões inoperantes, não fizeram, através de documentos e acordos com o Poder Executivo, a oficialização do destino à saúde municipal, sabidamente carente (não só nesta gestão, mas em todas as pretéritas), revertendo a ela as sobras orçamentárias anuais?
Fica a pergunta para que alguém, se melindrado, dê sua resposta.