REINALDO SILVA
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A Prefeitura de Paranavaí contratou estudos técnicos para identificar as demandas e aprimorar o transporte coletivo urbano. Estão incluídos aspectos econômico-financeiros, de engenharia e jurídicos. De acordo com a assessora de Ações e Projetos Governamentais, Paula Sanches, esse levantamento de dados permitirá definir, por exemplo, “se vai reduzir a tarifa, se vai ter subsídio, como vai ser a renumeração da empresa”.
Atualmente o serviço é prestado pela Viação Cidade de Paranavaí. O contrato termina em dezembro deste ano, mas a Administração Municipal prevê a prorrogação por mais alguns meses, até que os estudos sejam concluídos.
Com o diagnóstico e o prognóstico prontos, a Prefeitura fará uma nova licitação, estabelecendo as regras para a prestação dos serviços de transporte coletivo em Paranavaí.
O prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (Delegado KIQ) explicou que um dos pontos em análise é a viabilidade das linhas de ônibus. “Se eu tenho uma linha que é menor, com 10, 15 passageiros, não preciso colocar um ônibus que tem o custo maior, posso operar com micro-ônibus ou van.”
O site da empresa mostra sete linhas operantes em Paranavaí: Morumbi, Ipê/Unipar/Vila/Renascer, IFPR, Interbairros/Escolar, Graciosa via Heitor Furtado, Sumaré via Manoel Ribas e Simone/Campo Belo/São Jorge/Coloninha.
Mudanças – A avaliação do prefeito KIQ é que a dinâmica de transporte mudou com a pandemia de Covid-19. As restrições sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus estimularam o uso de meios individuais de locomoção e enxugaram a procura por ônibus coletivos, argumento reiterado pela Viação Cidade de Paranavaí.
Bicicletas, motocicletas elétricas e aplicativos de carona se tornaram mais acessíveis, pondera a assessora de Ações e Projetos Governamentais, e essa mudança de comportamento da população está prevista no Plano de Mobilidade Urbana, em trâmite na Câmara de Vereadores. O documento aponta características da organização do tráfego em Paranavaí e apresenta propostas de curto, médio e longo prazos, como a criação de um anel cicloviário na área central da cidade.
O prefeito KIQ reconheceu que existem problemas no atual modelo do transporte coletivo urbano.
Citou: “Hoje se paga por passageiro. Outros municípios fazem por quilômetro rodado. Há algumas linhas que as empresas deixam de operar porque estão dando prejuízo. Por quilômetro rodado, tendo dois ou 50 passageiros, ela está recebendo”. O tipo de remuneração mais seguro e eficiente também será apontado no estudo técnico em curso.
KIQ disse que nos últimos anos o volume de reclamações sobre o transporte coletivo em Paranavaí caiu. Poderia significar algo positivo, mas a opinião do prefeito segue na contramão dessa suposição. “Não vejo com bons olhos. Pode indicar que as pessoas estão usando menos o transporte coletivo – o serviço está tão ruim, que eu vou andar [com outros meios].”
Uma cidade que busca alcançar sustentabilidade precisa operar com transporte coletivo eficiente, completou o prefeito.
A conclusão de KIQ é que a Prefeitura de Paranavaí está refém do contrato com a empresa prestadora do serviço e não pode ser alterado, sob o risco de gerar um passivo para o município. “Então vamos aguentar. Só que vamos fazer a outra, vamos fazer perfeitinho. Tem que prorrogar? Vamos prorrogar. Prorroga mais dois, três meses. Quando fizer, faz o negócio para não ter problema.”
Tarifa – Pelo contrato vigente, os usuários podem fazer o pagamento de duas formas, cada uma com um valor específico: no cartão magnético – R$ 4,95; em dinheiro – R$ 5,10; e para estudantes, o preço é R$ 2,55. Essas informações também estão disponíveis no site da Viação Cidade de Paranavaí.
Desde abril deste ano, a Administração Municipal subsidia R$ 1,30 por passagem, valor repassado diretamente à concessionária. Pelos termos do contrato, sem esse benefício os passageiros pagariam R$ 6,25 com cartão magnético e R$ 6,40 com dinheiro.