REINALDO SILVA – reinaldo@diariodonoroeste.com.br
O presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar) e prefeito de Terra Rica, Julio Leite, revelou uma preocupação: investimentos no Contorno Leste de Londrina podem comprometer a duplicação da BR-376 de Paranavaí a Nova Londrina.
“O cenário ainda está muito inseguro”, avaliou.
O projeto inicial de concessão rodoviária não previa a duplicação do trecho de aproximadamente 70 quilômetros na Região Noroeste, apenas a construção de terceiras faixas, trincheiras e trevos. Mesmo assim, apontava a instalação de uma praça de cobrança de pedágio em Guairaçá.
Em discordância com os termos do contrato, entidades civis e agentes políticos de todo o Paraná se mobilizaram para tentar garantir a duplicação. Reuniram informações, conquistaram apoio e levaram a reivindicação ao Governo Federal, responsável pelo processo de concessão rodoviária em curso.
À época, comemoraram o aceno positivo do Ministério dos Transportes.
A recente perspectiva de incluir o Contorno Leste de Londrina no lote 4, que abrange rodovias do Noroeste do Paraná, causou surpresa e motivou nova resposta. “Vamos lutar para que esse trecho seja colocado no lote 3, que pertence à Região Norte. Queremos que o nosso lote permaneça apenas com a duplicação, as trincheiras, os contornos e os trevos que a gente precisa”, disse Julio Leite.
O presidente da Amunpar complementou: “Não somos contra o investimento em Londrina, mas também não podemos pagar essa conta”.
A possibilidade foi apresentada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, no final do mês passado, quando se reuniu com parlamentares paranaenses para tratar sobre a concessão rodoviária no Estado.
O contrato do lote 4, no qual se encontra o trecho da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina, deverá ser discutido somente em 2025.
DESENVOLVIMENTO
Ao falar da importância da duplicação da BR-376, Julio Leite citou o fato de a rodovia ser o principal canal de escoamento agrícola do Centro-Oeste brasileiro em direção ao Porto de Paranaguá. É preciso investir em logística e segurança, defendeu o presidente da Amunpar.
Os investimentos trazem desenvolvimento. “Quando duplicou de Paranavaí a Nova Esperança, a quantidade de empresas que surgiu na beira da rodovia… É o que vai acontecer também na região de Guairaçá, Loanda, Nova Londrina.”
Nessa mesma linha, Julio Leite lembrou que está em andamento o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) para a construção de uma ponte sobre o Rio Paraná ligando o estado ao vizinho Mato Grosso do Sul. Os custos do Evtea ficaram por conta da Itaipu.
“É um sonho da nossa região. Vai potencializar e desenvolver nossas cidades, trazendo mais turismo, mais desenvolvimento agrícola. Estamos sonhando com novos momentos”, concluiu o presidente da Amunpar.