BRUNNO CARVALHO
DA UOL/FOLHAPRESS
O São Paulo viu a possibilidade de virar líder do Campeonato Brasileiro escapar em três rodadas consecutivas. A equipe de Rogério Ceni saiu na frente contra Corinthians, Ceará e Avaí, mas a queda de rendimento no segundo tempo fez com que a equipe deixasse seis pontos pelo caminho. O que era para ser um sonho de estar na ponta, se tornou uma realidade de quatro pontos de desvantagem para o primeiro colocado.
O São Paulo volta a campo nesta quinta-feira (9), às 20h (de Brasília), contra o Coritiba, fora de casa, pela décima rodada do Brasileiro. Além do fim da sequência de empates, o time tricolor tenta melhorar o desempenho longe de seus domínios. Nas cinco partidas realizadas até aqui fora do Morumbi, foram quatro pontos conquistados -aproveitamento de apenas 26,6%.
O terceiro empate consecutivo incomodou Rogério Ceni, visto que o clube tricolor até está fora do G4 pela primeira vez ao longo desta sequência. O treinador criticou a atuação, a qual classificou como “péssima”. Diante do atual líder Corinthians e do Ceará, ele havia elogiado a postura são-paulina e lamentado as chances desperdiçadas.
A diferença do primeiro para o segundo tempo contra o Avaí se traduziu nos números. Na etapa inicial, o São Paulo teve 55% de posse de bola e conseguiu nove finalizações, contra apenas quatro dos donos da casa. No segundo tempo, quando já liderava o placar com gol de Reinaldo e perdido um pênalti com Calleri, o time tricolor desmoronou.
A bola passou a ficar com o Avaí, que dominou os números até conseguir o empate. A equipe catarinense teve 63% de posse de bola no segundo tempo, com 13 finalizações, contra sete do São Paulo. O gol de Muriqui, aos 21 minutos, manteve o time tricolor sem vencer na Ressacada há 11 anos.
“O resultado foi péssimo. A apresentação depois do pênalti [perdido] foi péssima, muito ruim. Nós, mais uma vez, tivemos a oportunidade, se não chegar na liderança, chegar aos 16 pontos, e falhamos. Depois que perdemos o pênalti, abaixamos a cabeça e desistimos do jogo. O Avaí cresceu. Até então era um jogo tranquilo, controlado. Mas depois disso a gente perde confiança. Era uma possibilidade real de vitória, mas nós não conseguimos e voltamos decepcionados para casa. Independentemente do time que fosse escalado hoje, a vitória tinha que ter vindo. Não tem desculpa”, disse Ceni, depois do jogo em Florianópolis.
A partida foi um desafio para o rodízio promovido pelo treinador desde o início da temporada. Diante do Avaí, Ceni teve seis desfalques: Arboleda (com a seleção do Equador), Rafinha e Igor Gomes (ambos suspensos), além de Andrés Colorado, Gabriel Sara e Nikão, lesionados.
Queda no segundo tempo – Apesar de o Avaí ter sido o ápice da insatisfação de Rogério Ceni, as partidas contra Corinthians e Ceará já haviam mostrado a queda de desempenho do São Paulo no segundo tempo. Nos dois casos, o time do Morumbi foi muito superior na primeira etapa, mas não conseguiu manter o nível para sair de campo com a vitória.
O primeiro tempo contra o Corinthians poderia ter terminado com uma vantagem maior do que o 1 a 0 no placar causado pelo gol de Jonathan Calleri. Cássio fez ao menos três grandes defesas que impediram que o São Paulo tivesse tranquilidade no placar.
No segundo tempo, as mudanças táticas das duas equipes alteraram o cenário do jogo. Os esquemas com três zagueiros foram abandonados por Rogério Ceni e Vítor Pereira, e o Corinthians começou a melhorar na partida.
Se no primeiro tempo, o São Paulo tinha conseguido 11 finalizações, sendo seis no gol de Cássio, na segunda etapa, só o Corinthians ficou com a bola. A equipe alvinegra teve 59% de posse (tinha tido 51% na etapa inicial) e chutou dez vezes, sendo três em direção ao gol de Jandrei. O empate veio com Adson, aos 35 minutos, após cruzamento de Lucas Piton.
Contra o Ceará, a queda do São Paulo impediu uma definição do placar. A equipe chegou a balançar as redes quatro vezes no primeiro tempo, mas dois dos gols foram anulados corretamente pela arbitragem. Ainda assim, o time de Rogério Ceni foi para o intervalo com 2 a 1 no placar, gols de Jonathan Calleri e Rodrigo Nestor.
O Ceará não chegou a dominar o segundo tempo, mas o equilibrou, algo que não acontecera na primeira etapa. Na etapa final, o São Paulo teve 55% de posse de bola e chutou oito vezes, sendo três no gol de João Ricardo – o Ceará teve apenas uma finalização certa. Já no segundo tempo, o time do Morumbi acertou somente duas bolas na meta cearense, contra três da equipe alvinegra.
Na entrevista coletiva, Rogério Ceni identificou dois pontos como problemas: o fôlego do time e as substituições. Ainda no intervalo, Éder entrou no lugar de André Anderson. Ao longo do segundo tempo, Igor Vinícius, Welington, Pablo Maia e Rigoni substituíram Rafinha, Reinaldo, Rodrigo Nestor e Luciano, respectivamente.
“É uma pena não termos saído daqui com a liderança, mesmo que provisória. Fazia tempo que não deixávamos de levar os três pontos em casa. Acho que fizemos um bom jogo de maneira geral, as reposições não conseguiram fazer as mesmas funções daqueles que estavam em campo”, disse o treinador.