Rafael Octaviano e Soza
Com uma campanha abaixo das expectativas, a Seleção Brasileira comandada por Fernando Diniz encerra a quarta rodada com apenas 07 pontos conquistados (Duas vitórias, um empate e uma derrota), sendo que, nosso próximo compromisso será dia 16/11 (quinta-feira) contra a Colômbia no Estádio Metropolitano Barranquilla.
Ao contrário do que muitos pensam, não vejo nenhum tipo de preocupação quanto aos resultados, nem tão pouco o desempenho da equipe, me preocuparia se estivéssemos liderando as eliminatórias e tivéssemos goleado o Uruguai no Estádio Monumental. O Balizador da Seleção Brasileira sempre foi o resultado em Copa do Mundo, dicotomicamente é assim, foi campeão tudo está certo, treinador bom, elenco bom, trabalho bom. Se não conquistar o título. tudo errado, treinador chamado de “burro”, jogadores mal convocados, mal escalados, e péssimo trabalho, mas não é bem assim.
Se puxarmos pela história, são 22 Copas disputadas, e apenas 05 treinadores campeões, por analogia, apenas 05 trabalhos bem-feitos. Vicente Feola (1958), Aymoré Moreira (1962), Zagallo (1970), Carlos Alberto Parreira (1994) e Felipão (2002). Em 1958, Vicente Feola era reconhecido (não sei se lenda), por cochilar no banco de reservas enquanto o time jogava. Começou com Garrincha e Pelé no banco de reservas nas primeiras partidas, e o destaque foi a evolução tática de Zagallo (ponta esquerda) que compunha o meio de campo.
Em 1962, com a mudança de treinador, saindo Feola e entrando Aymoré Moreira, a Copa se iniciou com o Brasil possuindo a alcunha de campeão pela primeira vez. Foi marcada pela lesão de Pelé na segunda partida, e o protagonismo de Garrincha sendo considerado o melhor da competição. Em 1970, após a saída de João Saldanha por problemas políticos/ideológicos, Zagallo que era bicampeão como jogador (1958/1962), convocou e escalou os melhores jogadores com destaques táticos para os avanços do lateral Carlos Alberto Torres, Tostão como falso nove, e muitas trocas de posição que acarretou no fato de Jairzinho (ponta direita), ser o artilheiro Brasileiro.
Em 1994, após um período grande de jejum, a seleção se reinventou após a convocação de Romário no último jogo das eliminatórias contra o Uruguai no Maracanã. Do ponto de vista tático, um time com uma defesa sólida (Marcio Santos, Aldair, Dunga e Mauro Silva), com liberdade de jogadores se movimentarem como Zinho e Mazinho (que entrou durante a competição no lugar de Raí), e um entrosamento entre Bebeto e Romário, o melhor do mundo naquele ano.
Por fim, em 2002, nossa última conquista, um time montado a base de muita confiança (Família “Scolari”), que fez uso de um sistema 3 x 5 x 2 (fracassado em 1990 com Sebastião Lazaroni), que deu liberdade para os laterais Cafú e Roberto Carlos, além do fato de contar com Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno em seus melhores momentos. O Fato curioso foi a não convocação de Romário que havia participado de boa parte da preparação.
Por isso digo, deixemos o Fernando Diniz trabalhar, essa eliminatória deve ser encarada como um excelente laboratório para ele, para os jogadores e para que a seleção possa chegar em condições de novamente brigar por um título, as derrotas serão altamente “pedagógicas” para esse processo.