*Carla Virmond Mello
Faz tempo que falamos em acelerar transformações e que as empresas têm investido nos processos de desenvolvimento de seus líderes e talentos. Todo ciclo dos talentos nas organizações tem sido acelerado para levá-los com mais agilidade a um estágio de performance elevada. É sabido também que os estágios de permanência dos profissionais nas empresas são cada vez mais curtos e a demanda por crescimento, sempre mais rápida.
Na realidade, o ideal seria que o nível de maturidade dos profissionais fosse proporcional ao nível de autonomia e vice versa. Tentativas têm sido feitas para que esses dois fatores caminhem conjuntamente, potencializem o desempenho e consequentemente o resultado das empresas. Por conta disso, o cuidado na captação dos talentos e o investimento crescente em programas de desenvolvimento de liderança.
Na prática, nem sempre o ciclo do talento chega ao seu ápice dando o máximo de contribuição para a empresa. Ele muitas vezes é perdido por conta do timing do negócio não ser compatível com o do profissional ou vice versa ou por mudanças no cenário econômico. Afinal, tempos de crise aceleram decisões.
Claro que talvez demissões sejam inevitáveis em mais um período de recessão econômica. Já vivemos crises anteriores quando os talentos foram ceifados e o saldo não foi nada benéfico para o mundo das organizações. O que aprendemos é que perder talentos é perder produtividade, é perder muitas vezes o timing da retomada quando a situação se normalizar e a economia voltar a crescer. Então, qual a melhor escolha: desenvolver um novo profissional ou readmitir o antigo que se foi por conta da crise? Não tenho dúvida da resposta: os mais antigos.
A questão é: eles retornarão? Isso dependerá dos cuidados que eles receberem agora. Por isso, comunicação em gerenciamento de crises, corte de custos, respeito ao profissional e cuidado nas demissões é importante sempre e agora ainda mais!
*Carla Virmond Mello é diretora Sul da Consultoria Global LHH e consultora de carreira