REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
O Governo do Paraná antecipou para esta terça-feira (28) o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. A data pré-estipulada pelo Ministério da Saúde em nível nacional é 10 de abril.
A 14ª Regional de Saúde recebeu a primeira remessa com 10.200 doses e já distribuiu entre os 28 municípios do Noroeste, ficando para Paranavaí o maior quantitativo, 3.270.
São grupos prioritários idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, professores, pacientes com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros, profissionais das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade, pessoas privadas de liberdade com mais de 18 anos de idade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.
As enfermeiras da 14ª Regional de Saúde Daniele Marini e Jane Camargo explicaram que em anos anteriores os grupos prioritários eram vacinados de forma escalonada. A novidade desta campanha é que será feita em uma só etapa.
Ainda não há informações sobre a disponibilização de vacinas para toda a população.
Estratégias – Cada município precisa imunizar pelo menos 90% das pessoas elencadas como público-alvo da campanha “e as coberturas no ano passado não foram boas”, avaliou Jane Camargo. Por isso, as equipes de saúde terão autonomia para traçar as próprias estratégias de divulgação e de alcance público elegível.
Algumas sugestões: fazer um levantamento atualizado de informações para identificar as pessoas com compõem os grupos prioritários, visitar creches, escolas e asilos, levar a vacinação para fora das unidades básicas de saúde e montar pontos de imunização em lugares específicos.
A vacina contra a gripe pode ser aplicada junto com qualquer outra, inclusive contra a Covid-19, sem restrições. Para quem não está com o esquema de imunização completo, a orientação é aproveitar a oportunidade e atualizar o cartão vacinal.
Importância – Após a aplicação da vacina contra a gripe, o organismo leva de 10 a 20 dias para gerar a resposta imunológica. Levando isso em conta, as enfermeiras da 14ª Regional de Saúde destacaram a importância de receber a dose do imunizante o quanto antes: quando o período de frio mais intenso chegar, o efeito da vacina estará ativado.
A proteção dura no máximo um ano, com maior eficiência nos seis primeiros meses, por isso é importante se vacinar anualmente.
O imunizante estimula a produção de anticorpos contra o vírus, assim quando ele penetra no organismo, o sistema imunológico detecta sua presença e os anticorpos o neutralizam, prevenindo a infecção.
De acordo com Jane Camargo, existem mais de 3.000 variações virais que causam gripe. A vacina é sempre para os tipos identificados com mais frequência na temporada anterior, uma versão atualizada do imunizante. “Isso não significa que não vai pegar. Há outras tantas cepas circulando. Acontece que não pega mais a atual, que é mais agressiva.”
Desinformação – As enfermeiras da 14ª Regional de Saúde garantiram que a vacina não causa gripe. É composta por um vírus inativado, então não induz o desenvolvimento da doença. Esse tipo de informação é mito.
É comum que a pessoa recém-vacinada esteja com uma infecção gripal em curso ou tenha um resfriado, por isso manifesta os sintomas. De qualquer forma, o imunizante leva em média 15 dias para fazer efeito, portanto a reação não poderia ser imediata.
Antivacina – Uma preocupação em relação à cobertura vacinal é com as informações falsas que incitam medo em relação às campanhas de imunização. As enfermeiras da 14ª Regional de Saúde disseram que o discurso antivacina tem atrapalhado a proteção contra uma série de doenças. Até mesmo entre os profissionais de saúde há resistência para fazer a vacina.
Atualmente o maior alvo é a vacina bivalente contra a Covid-19, mas outras também estão na mira dos que criticam a ciência, inclusive contra a Influenza.