REINALDO SILVA
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As placas de sinalização indicam a velocidade máxima permitida, 40 quilômetros por hora, mesmo assim as vias marginais da Avenida Deputado Heitor Alencar Furtado têm sido utilizadas como faixas rápidas e os condutores trafegam acima do limite, colocando em risco a própria vida e a de outras pessoas.
A situação foi levada à tribuna da Câmara de Vereadores de Paranavaí por Delcides Pomin Junior durante a reunião ordinária desta semana. “É inadmissível a velocidade que estão utilizando. Estou lá diariamente e vejo a velocidade com que motoqueiros e carros passam.”
Na opinião de Pomin, o problema se intensificou depois do recapeamento nos dois lados da avenida. A recuperação da malha asfáltica começou em maio e terminou em julho com a pintura mecanizada e o reforço na sinalização vertical.
O vereador elogiou o trabalho realizado pela Prefeitura de Paranavaí, afinal as vias estavam deterioradas e havia muita reclamação, mas reforçou: as melhorias vieram acompanhadas da imprudência dos motoristas.
Pomin considerou inviável construir lombadas, pois tirariam a fluidez do trânsito, por outro lado, apostou em campanhas de conscientização, argumento corroborado pelo vereador Josival Moreira. “Não existe colocar quebra-molas em cada esquina. O povo tem que ter conscientização.”
A vereadora Aparecida Gonçalves também se manifestou sobre o tema. “Falamos em conscientização, mas ela acontece em longo prazo. Enquanto isso, o poder público tem que criar mecanismos para priorizar a vida.” Completou: “Tem que ter maior celeridade”.
O secretário municipal de Proteção à Vida, Patrimônio Público e Trânsito, Airton de Melo Gonçalves, disse que está ciente do problema.
“Temos agora um asfalto de muita qualidade, também possuímos excelente sinalização viária vertical e redobramos com a sinalização horizontal em todos os cruzamentos. Sob o ponto de vista técnico tudo está correto. No entanto, a questão de velocidade é, sem dúvida, a má qualidade de nossos motoristas.”
Ele informou que os agentes de trânsito intensificaram a fiscalização. “Se isso não resolver, resta a volta dos quebra-molas.” Da mesma forma existe a possibilidade de instalar radares ou faixas de pedestre elevadas. “Estamos estudando a melhor opção”, disse o secretário.
Conversões irregulares – Delcides Pomin Junior também falou sobre as conversões em locais proibidos, principalmente nos cruzamentos da Heitor Furtado com outras ruas e avenidas. “Já existe pedido para fechar os canteiros onde não tem sinaleiro. Seria uma grande proposta se a gente conseguisse fazer, porque muita gente atravessa onde não tem sinaleiro.”
O presidente da Câmara de Vereadores, Luís Paulo Hurtado, defendeu que sejam feitas barreias de proteção na pista ou o fechamento dos canteiros onde não há semáforos.
Ao longo da Avenida Deputado Heitor Alencar Furtado, as conversões à esquerda só são permitidas nos locais sinalizados por semáforos, mas a proibição nos outros pontos não impede a prática.
O que leva os condutores à irregularidade? Desconhecimento? Pressa? Imprudência. “A cidade está crescendo e a gente tem que aceitar isso. Andar uma quadra a mais não vai prejudicar ninguém”, concluiu Pomin.
Nesse sentido, o secretário de Proteção à Vida, Patrimônio Público e Trânsito lembrou que o Plano de Mobilidade Urbana, em análise na Câmara de Vereadores, prevê a construção das chamadas agulhas, aberturas em passagens ou canteiros laterais para a mudança segura de faixa de rodagem.
O Plano de Mobilidade Urbana citado por Airton de Melo Gonçalves depende do cumprimento de uma série de etapas antes de ser levado à votação em plenário, por exemplo, a realização de audiência pública. O documento estabelece metas de curto, médio e longo prazos para diferentes aspectos do trânsito e do transporte viário em Paranavaí.