REINALDO SILVA
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Os 11,2 milímetros de chuva registrados em Paranavaí na última quinta-feira (9) não foram suficientes para amenizar os efeitos da crise hídrica. “Sofremos com estiagem severa há mais de dois anos. O volume ainda foi muito pouco”, disse o regente regional da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Heterley Ubaldo. A perspectiva é que a partir de outubro a situação melhore “com a chegada das chuvas no período que antecede o verão”.
No final da tarde de sexta-feira (10), uma leve precipitação ocorreu sobre Paranavaí e a previsão do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) era de pancadas isoladas de chuva no sábado (11).
De acordo com o meteorologista Samuel Braun, a chuva foi resultado do avanço de uma frente fria que trouxe nebulosidade e derrubou as temperaturas. Depois de dias registrando marcas acima de 30 graus, Paranavaí teve na sexta-feira máxima de 24,4 graus (conforme medição até 16h). O tempo deve se manter ameno neste sábado, com variação de 16 a 29 graus.
A partir de domingo (12), as nuvens diminuem e a intensidade do calor aumenta, podendo chegar a 36 graus. A segunda-feira (13) deverá ser ainda mais quente e os termômetros sobem até 39 graus. “Para a semana que vem, tem indicativo de precipitação”, apontou Braun, mas ainda não é possível determinar se o volume reduzirá em grau significativo os problemas causados pela estiagem.
Sobre as altas temperaturas em pleno inverno, o meteorologista afirmou que são comuns no Noroeste do Paraná. As quedas bruscas também, como ocorreu na quarta-feira (8). A estação termina no dia 22 de setembro e dá espaço à primavera, que se estende até 21 de dezembro, data de início do verão.
Historicamente, a segunda quinzena de setembro dá início a um período mais chuvoso em Paranavaí, mesmo que de maneira irregular. Por enquanto, o índice está muito abaixo da média histórica para o mês, 110 milímetros. Conforme os dados do Simepar, com exceção de janeiro, todos os meses de 2021 tiveram chuva abaixo da média histórica.
Abastecimento de água – Enquanto as precipitações não se tornam frequentes e o volume segue abaixo do esperado, é preciso economizar água, orientou o gerente regional da Sanepar. Mudanças de hábito no dia a dia podem fazer toda a diferença para que não seja necessário implantar em Paranavaí o sistema de rodízio, quando a distribuição para os bairros é feita de maneira intercalada.
Ubaldo garantiu que “no momento ainda não corremos risco de rodízio”, mas chamou a atenção para o fato de que mais municípios paranaenses estão adotando o racionamento. Citou os casos recentes de Jandaia do Sul e Jardim Alegre. Também é a realidade da Região Metropolitana de Curitiba, Ibaiti, Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita. No Noroeste do Estado, a situação é de alerta.
Medidas de economia – A Sanepar tem algumas dicas para economizar: reduzir o tempo do banho; fechar a torneira enquanto esfrega as mãos, faz a barba, lava a louça ou escova os dentes; não jogar cigarros, absorventes ou papéis no vaso, porque haverá maior consumo de água para mandar esse lixo embora; não utilizar jato de mangueira na hora de varrer a calçada; e evitar a lavagem de veículos.
Para dar uma ideia da eficiência dessas medidas, a Companhia de Abastecimento indica que um banho de 15 minutos exige 105 litros de água. Se o tempo for reduzido para 10 minutos, o consumo cai para 70 litros. Lavar o carro com a mangueira aberta pode representar um volume próximo de 360 litros. No caso de vazamentos, uma torneira que esteja somente gotejando consome 60 litros de água por dia.