Quando na celebração da Eucaristia o sacerdote apresenta a hóstia consagrada ao povo diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” …
O QUE SIGNIFICA “CORDEIRO DE DEUS?
Como é que Jesus é designado como “Cordeiro” e em que medida é que este “Cordeiro” tira o pecado do mundo, vence-o de tal modo que lhe retira a sua essência e realidade?
Antes de mais nada deve-se reconhecer duas alusões do Antigo Testamento:
O CÂNTICO DE Is 53,7:…
Compara o Servo de Deus Sofredor a um cordeiro que é levado para o matadouro: “Como um cordeiro perante a tesoura assim ele não abriu a boca”.
= Mais importante ainda é que Jesus foi crucificado numa festa de Páscoa e então devia aparecer COMO VERDADEIRO CORDEIRO PASCAL no qual se realiza plenamente o que significara o Cordeiro Pascal por ocasião da saída do Egito: LIBERTAÇÃO DO DOMÍNIO MORTAL NO EGITO E DESEMPEDIMENTO PARA O ÊXODO, para a peregrinação para a liberdade da promessa.
= A partir da Páscoa, a simbologia do Cordeiro Pascal, tornou-se fundamental para compreensão de Jesus:
“Extirpai o fermento velho para serdes massa nova, uma vez que sois ázimos, já que nossa vítima pascal cristo foi imolado”. (1Cor 5,7)
“Entre o trono e os quatro seres vivos e os vinte e quatro anciãos, vi que havia, um Cordeiro de pé como que Sacrificado” (Ap 5,6).
“Sabei que vos resgataram de vossa vã conduta, recebida em herança, não com prata e ouro corruptíveis, mas com o precioso Sangue de Cristo, CORDEIRO SEM MANCHA NEM DEFEITO” (1Pd 1,19-20).
“Isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: “Não lhe quebraram nenhum osso e outra Escritura que diz: “Contemplarão aquele que transpassaram” (Jo 19,36-37).
A palavra hebraica TALIA significa tanto criança como servo. – Assim podia a palavra do Batista ter sido referida em primeiro lugar AO SERVO DE DEUS, O QUAL COM SUA EXPIAÇÃO VICÁRIA LEVA EM SI OS PECADOS DO MUNDO; mas deu ao mesmo tempo a entender que ele É O VERDADEIRO CORDEIRO PASCAL, QUE EXPIANDO, APAGA O PECADO DO MUNDO.
“Paciente como um cordeiro para o sacrifício” encaminhou-se para a morte o Salvador que está a morrer na cruz em representação de toda a humanidade, pela força expiadora de sua morte inocente ele… apagou o pecado de toda a humanidade.
= Se na aflição provocada pela opressão egípcia O SANGUE DO CORDEIRO PASCAL FOI DECISIVO PARA A LIBERTAÇÃO DE ISRAEL, ASSIM AGORA SE SITUA O FILHO QUE SE TORNOU O SERVO, O PASTOR, O CORDEIRO – não apenas para Israel, mas para a libertação do “mundo” para toda a humanidade.
QUE TIRA O PECADO?
(O artigo salienta que há um só tipo de pecado).
QUAL É ESSE PECADO ÚNICO QUE OPRIME TODA A HUMANIDADE?
Para João o pecado é a atitude de rejeição de Jesus enquanto resposta definitiva do amor do Pai. AQUELES QUE NÃO O RECONHECEM ESTÃO NO PECADO E NAS TREVAS.
Desse pecado único e fundamental é que nascem os demais pecados que são frutos da rejeição de Jesus e sua prática libertadora enquanto Cordeiro e Servo.
= A passagem do não-conhecimento ao conhecimento de Jesus se caracteriza, portanto, pela proclamação da fé em Jesus Cordeiro-Servo, e pela adesão e compromisso com ele.
A vida e a morte de Jesus destroem “O PECADO DO MUNDO”, OU SEJA, DERROTAM DEFINITIVAMENTE A INJUSTIÇA QUE IMPEDE AO POVO VIVER DE ACORDO COM O PROJETO DE DEUS, QUE É LIBERDADE E VIDA PARA TODOS.
Expiação: significa “cobrir”, e comunica a ideia de cobrir o pecado mediante um “resgate” de modo que haja uma reparação ou restituição adequada pelo delito cometido (Ex 30,12).
Porque Deus desejava salvar os israelitas, perdoar os seus pecados, e reconciliá-los consigo. Ele proveu um meio de salvação ao aceitar a morte de um animal inocente em lugar deles (o animal era sacrificado) esse animal levava sobre si a culpa e a penalidade deles, e cobria seus pecados com seu sangue derramado (Lv 17,11). Jesus livremente se apresentou, identificando-se com os homens diz: “Aqui estou para fazer a tua vontade”. (Sl 40,2.4ab.7-8a.8b.9.10). (Sl 40,6-8). Hb 10,11-17, especialmente no ato do sacrifício que consuma, pode comunicar sua eficácia aos seus, perdoa-lhes os pecados, imprime a Lei em seus corações. (Jr 31,31).
Frei Filomeno dos Santos O.Carm.