RENATO CARVALHO
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – arta-feira (29), seguindo a tendência vista nos mercados internacionais. Destaque para ações de exportadoras e produtoras de commodities, como Petrobras e Vale, impulsionadas por boas notícias vindas da China. As oscilações são moderadas, por conta da expectativa pela definição das novas regras fiscais.
Às 13h20, o Ibovespa operava em alta de 0,17%, a 101.364 pontos. O dólar comercial à vista tinha queda de 0,40%, a R$ 5,144.
No mercado de juros, a tendência é de alta moderada, à espera do resultado da última reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar do novo arcabouço fiscal.
Nos contratos com vencimento em janeiro de 2024, a taxa varia dos 13,15% do fechamento desta terça-feira (28) para 13,19%. No vencimento em janeiro de 2025, os juros passam de 12% para 12,09%. Para janeiro de 2027, a taxa avança de 12,17% para 12,25%.
Uma das notícias mais bem recebidas pelos investidores em todo o mundo é a divisão da gigante tecnológica chinesa Alibaba em seis unidades, que individualmente vão procurar formas de captar recursos, inclusive por oferta inicial de ações.
lém disso, em uma conferência com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o primeiro-ministro da China, Li Qiang, disse que o país conseguirá atingir a meta de crescimento econômico para este ano. Segundo Qiang, o governo está se esforçando para estimular o consumo e os investimentos.
As notícias vindas da China impulsionam as empresas produtoras e exportadoras de matéria-prima. Às 13h20, a ação ordinária da Vale subia 1,54%. As ordinárias e preferenciais da Petrobras tinham altas de 0,37% e 0,80%, respectivamente. Os papéis ordinários da Suzano tinham alta superior a 2%.
Nos Estados Unidos, a cautela provocada pela crise dos bancos de médio porte parece ter ficado para trás, segundo avaliação da equipe da Mirae Asset. Agora, as atenções se voltam novamente para a política de juros.
Segundo a Mirae, a maioria dos agentes de mercado aposta em novo aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), em maio. Mas esta perspectiva pode mudar depois da divulgação do índice de inflação ao consumidor, o PCE, que sai na próxima sexta-feira (31).
Com este alívio do noticiário sobre bancos, os índices em Nova York estão em alta. Às 13h20 (horário de Brasília), o Dow Jones tinha avanço de 0,73%. S&P 500 e Nasdaq subiam 1,01% e 1,44%, respectivamente.
No Brasil, destaque para as estatísticas de crédito, divulgadas nesta quarta-feira pelo BC (Banco Central). As concessões de empréstimos no Brasil tiveram queda de 9,5% em fevereiro na comparação com o mês anterior, com o estoque total de crédito recuando 0,1% no período, a R$ 5,319 trilhões.
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, tiveram queda de 9,6% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve recuo de 8,6% no período.
Segundo Nicolas Tingas, economista da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), afirma que os números mostram uma queda importante na oferta de crédito, especialmente para empresas.
“Temos vários motivos para esta diminuição no volume de crédito disponível. Inflação alta, juros altos, fim dos incentivos dados durante o período eleitoral, endividamento alto das famílias, crise da Americanas que restringiu a oferta para empresas, entre outros”, afirma Tingas.