Uma comitiva da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF) marcou presença no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, realizado em São Paulo na última semana de outubro. Criado em 2016, o maior evento voltado ao público feminino do setor na América Latina foi realizado de forma presencial, após dois anos no formato online, trazendo o tema “Coordenação das cadeias produtivas no agronegócio, a década decisiva”.
Segundo Lisiane Czech, coordenadora da CEMF, o Congresso permitiu medir o reconhecimento do grupo paranaense a nível nacional. “Esse evento foi um divisor de águas para a mulher do agro, contribuindo para aumentar a nossa visibilidade. Muitas mulheres nos reconheciam pelos uniformes e vinham falar conosco, tirar fotos e conversar sobre o nosso trabalho”, comentou Lisiane. “Esse encontro mostrou que estamos no caminho certo. Posso até dizer que estamos alguns passos à frente do resto do Brasil em termos de organização”, complementou.
Além do conhecimento compartilhado pelo networking promovido entre as participantes do evento, a comissão paranaense aproveitou a ocasião para estreitar as relações com outros grupos. “Tivemos a oportunidade de conhecer mulheres do Brasil inteiro e até de países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Argentina. É uma rede de contatos imensa que se forma, com as mais variadas histórias, experiências e conhecimentos”, afirmou Lisiane.
Para Adriana Botelho, coordenadora regional da CEMF em Candói, o encontro deu mais combustível para que o grupo mantenha o ritmo de trabalho. “Voltamos para os nossos municípios com muitas informações para digerir e ideias para amadurecer e colocar em prática. A vontade é de fazer cada vez mais e de se superar, incentivando mais mulheres a se juntarem a nós”, avaliou.
Conquistando espaços – A programação do Congresso reuniu diversos temas de relevância para o atual cenário da mulher do setor, que hoje assume seu papel de protagonista e busca capacitação para ocupar posições de liderança. A sucessão familiar foi um dos assuntos predominantes nas rodas de conversa da Comissão Estadual, que já está planejando novas ações e prospectando parcerias para futuros treinamentos. Na avaliação de Adriana, a participação das mulheres nas propriedades rurais é um passo primordial para o envolvimento da família nos negócios, fomentando a sucessão rural.
De acordo com dados da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) para a pesquisa Agroligadas de 2021, que foram apresentados no Congresso, 69% das mulheres do setor são proprietárias ou arrendatárias (eram 44% em 2018).
“É um evento que incentiva as mulheres a fazer a diferença no agro. O Congresso está muito digitalizado e conectado, trazendo diversas oportunidades de qualificação para as mulheres dentro do setor”, disse Adriana.
As integrantes da CEMF já haviam comparecido ao evento em outras edições, mas como produtoras. Esta foi a primeira participação como coordenadoras do grupo paranaense. “Desta vez, fomos com um foco definido. Agora, em tudo que participamos, vamos com a visão do que pode ser agregado para a Comissão. São muitas informações para repassar às comissões locais, sempre com o objetivo de mostrar como elas podem estar mais inseridas no meio”, acrescentou Adriana.
As comissões locais também marcaram presença no evento. Edineia Becker, coordenadora da Comissão de Mulheres de Pitanga e do grupo ‘Mulher, Essência do Agro’, foi embaixadora do Congresso na região Sul. “Desde o início, esse encontro vem mostrando a força da participação da mulher no agro. Não estamos disputando lugares, mas queremos estar lado a lado, mostrando a grandiosidade da mulher dentro das propriedades”, ressaltou.
A produtora também destacou o trabalho realizado pela Comissão Estadual, que oferece suporte e orientação às mulheres dos grupos locais. “É uma iniciativa que vai trazer muita força para o protagonismo da mulher do campo. Por meio da Comissão, vamos poder levar nossas demandas não apenas ao Paraná, mas a nível federal”, elencou. “Essa energia que encontramos no Congresso vai resultar em muitas ações que vão fazer diferença nas propriedades rurais”, concluiu.
Premiação – Além do conhecimento, a Comissão Estadual de Mulheres da FAEP trouxe um troféu na bagagem. A produtora Marli Scheifer, vice-presidente Sindicato Rural de Ipiranga e que faz parte do grupo local de mulheres, conquistou o 3° lugar na categoria Média Propriedade do Prêmio Mulheres do Agro 2022.
Em 2022, o Prêmio Mulheres do Agro completa cinco anos com um recorde no número de inscrições desde sua primeira edição, totalizando 210 mulheres inscritas, aumento de 53% em relação a 2021.