Iniciar uma criança no mundo dos sabores e das texturas dos alimentos pode ser um processo prazeroso e de integração familiar, mas também pode ser desafiador para os pais, já que surgem muitas dúvidas sobre quais ingredientes podem ou não serem oferecidos, como preparar os alimentos e como despertar o interesse dos pequenos pela comida.
Para ajudar nesse processo, Alessandra Luglio, nutricionista e consultora científica da A Tal da Castanha, preparou um guia dos alimentos mais recomendados de acordo com diferentes faixas etárias do desenvolvimento infantil.
De 0 a 6 meses – Nesta fase a alimentação deve ser composta apenas pelo leite materno ou fórmula infantil, na impossibilidade da mãe amamentar o bebê ou no caso da necessidade de complementação do aleitamento materno, indicado por um nutricionista ou pediatra. O leite materno sempre supre todas as necessidades nutricionais do bebê e ainda fornece anticorpos produzidos pelo organismo da mãe.
Nesta idade não se deve oferecer qualquer outro tipo de leite, alimento lácteo, chás ou sucos, que podem provocar diarréias, alergias e baixo peso. Se o bebê mama exclusivamente no peito, também não é necessário oferecer água, já que o leite materno é suficiente para hidratá-lo.
Entre 6 meses e 2 anos – É a fase da introdução alimentar e apresentação de novos ingredientes. A partir dos seis meses, novos alimentos devem ser gradualmente incorporados à dieta das crianças. Os pais podem começar com frutas macias como banana e manga, tubérculos e raízes, como batata, batata-doce e mandioquinha, e vegetais como brócolis cozido, que costumam ter boa aceitação entre os bebês e também são mais moles e fáceis de mastigar. Aos poucos, os cuidadores podem começar a montar pratinhos de comida compostos por grãos e cereais como arroz, milho e quinoa; leguminosas como feijão, lentilha e grão de bico; proteína como carnes desfiadas e ovos, a partir de 1 ano de idade; e legumes como cenoura, abóbora, abobrinha, berinjela e tomate.
Só esqueça as tradicionais sopinhas batidas no liquidificador que eram tão comuns na nossa infância. As recomendações atuais são apenas amassar os ingredientes com o garfo e deixá-los mais “pedaçudos” ou ofertar os alimentos em pedaços que possam ser manipulados pela criança, sempre respeitando a capacidade de mastigação e deglutição de cada bebê e tomando cuidado com os possíveis engasgos. Aos poucos, os pais podem ir deixando a textura dos alimentos cada vez mais próxima da original.
Também devem ser oferecidos alimentos in natura, ou seja, aqueles vindos diretamente de plantas e animais e que não sofreram alteração da indústria. Se puder, opte por orgânicos. Podem- se usar alimentos minimamente processados, como farinha ou macarrão, mas deixe de lado os processados com aditivos, que são aqueles fabricados pela indústria com adição de sal, açúcar e outras substâncias de uso culinário, e vete completamente os ultraprocessados, que são produzidos a partir de substâncias extraídas de alimentos, como óleo, gordura, açúcar, amido e nutrientes isolados ou sintetizados em laboratório, que são nomeados como aromatizantes, corantes, realçadores de sabor e outros aditivos.
Antes de um ano de idade não se deve oferecer mel, pelo risco de botulismo, e não se deve usar o sal na comidinha do bebê. A partir dessa idade, pode-se salgar a comida com muita moderação. Para temperar está liberado usar cebola, alho, ervas e folhas, como orégano, manjericão, salsinha e cebolinha. Mas sem excessos, para não mascarar o sabor dos alimentos.
Entre 2 e 6 anos – Agora é hora de seguir introduzindo novos alimentos e filmar o hábito da alimentação saudável. É importante continuar oferecendo alimentos in natura para garantir o aporte de nutrientes necessários, como ferro, cálcio, vitamina A e D, zinco e fibras. Nesta faixa etária, as fibras são muito importantes, já que elas contribuem para o funcionamento intestinal, auxiliando no tratamento da constipação, transtorno comum durante a infância. Em 17% a 40% das crianças este problema surge no primeiro ano de vida, podendo seguir até a fase pré-escolar.
A partir dos dois anos é permitido consumir açúcar, com muita moderação. Mas faça escolhas saudáveis. Comer um bolo de banana feito em casa é bem diferente de consumir uma bala industrializada, cheia de açúcar e corante.
Geralmente, a partir dos dois anos, a criança se abre para o mundo, para interagir mais com outras pessoas e a sofrer influências externas na alimentação. É normal que o apetite diminua, já que, nesta faixa etária o ritmo de crescimento é reduzido e, além disso, a criança se distrai com mais facilidade, deixando um pouco de lado a atenção à comida.
Nesta fase, é comum que os pais ofereçam bebidas adocicadas, como achocolatados, especialmente quando a criança se recusa a comer outros tipos de alimentos. Mas nem sempre esses alimentos são saudáveis, já que contém alto teor de açúcar e extensas listas de ingredientes, cheias de tais aditivos alimentares como corantes, aromatizantes, espessantes, conservantes e antiumectantes. Esses aditivos realçam o dulçor e o sabor dos alimentos e, se consumidos em excesso, viciam o paladar da criança em sabores mais doces e acentuados, dificultando a aceitação de alimentos in natura.
Bebidas prontas para o consumo infantil – A Tal da Castanha lançou no início deste ano uma nova bebida pensada para competir com as bebidas infantis disponíveis no mercado. O Mini vem em quatro sabores: chocolate, morango, baunilha e maçã com banana e é adoçado com açúcar demerara orgânico ao invés do refinado, que passa por processos químicos. A bebida contém até 60% menos açúcar em comparação com bebidas infantis tradicionais presentes no mercado.
O Mini também é livre de caseína, a proteína do leite que mais frequentemente provoca alergias. O produto pronto para consumo também é rico em gordura “do bem”, zinco, proteína, ferro e é enriquecida com fibras e cálcio, ajudando a suprir a necessidade deste nutriente tão fundamental para o desenvolvimento ósseo.