JOSÉ MARQUES
DA FOLHAPRESS
Em sua primeira manifestação após ser eleita presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Rosa Weber afirmou nesta quarta-feira (10) que irá atuar sempre “na defesa da integridade e da soberania da Constituição e do regime democrático”.
Rosa, que assume o posto no dia 12 de setembro, foi eleita de forma simbólica pelos demais ministros da corte. É praxe que o ministro mais antigo que ainda não ocupou a presidência suceda o presidente anterior.
Ela disse que, a despeito dessa tradição, está “absolutamente sensibilizada pelo voto de confiança”.
Seu mandato está previsto para durar até outubro do ano que vem, quando a ministra terá que se aposentar porque completa 75 anos.
“Nesses tempos tumultuados que nós estamos vivendo, o exercício deste cargo trata-se de um imenso desafio”, disse a ministra.
“Mas eu vou procurar desempenhá-lo com toda a serenidade e com a certeza do apoio de vossas excelências, que para mim será fundamental.”
Além de Rosa, foi eleito como vice-presidente o ministro Luís Roberto Barroso, que deve suceder a ministra na presidência do Supremo.
A eleição foi feita de forma digital. Antes da sessão, os ministros receberam um link e votaram de forma rápida.
A posse de Rosa foi marcada para o dia 12 por receio de novos atos de teor golpista que tenham como o principal alvo o Judiciário. O STF optou por não marcar a posse da ministra Rosa Weber na presidência da corte para a semana do 7 de Setembro.
O mandato do atual presidente, Luiz Fux, vence no dia 10 de setembro, um sábado. Assim, as datas que haviam sido discutidas para a posse de Rosa eram os dias 9 (sexta-feira) ou 12 (na segunda-feira).
O Supremo acabou ficando com a segunda opção, por ser na semana seguinte ao feriado, quando o clima de tensão entre as instituições deve estar mais ameno.
Nas manifestações convocadas por bolsonaristas no ano passado, o presidente fez discursos diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo com ameaças golpistas ao STF.
A expectativa de apoiadores do presidente é de que as manifestações se repitam neste ano, em um clima ainda mais acirrado devido à proximidade das eleições e com Bolsonaro até o momento em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O acirramento das hostilidades contra o Supremo fez a corte reforçar nos últimos anos a segurança da sua sede, em Brasília.