REINALDO SILVA
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O trabalho na Câmara dos Deputados tem se mostrado um verdadeiro desafio para o paranavaiense Sebastião Henrique Medeiros, mais conhecido como Tião Medeiros. Com 109.344 votos, foi eleito em 2022 para ser um dos 30 representantes do Paraná no Legislativo Federal e assumiu a cadeira no dia 1º de fevereiro de 2023.
Em entrevista ao Diário do Noroeste, disse que a dinâmica de trabalho é diferente do que vivenciou nos últimos oito anos, quando foi deputado estadual, a começar pelo número de parlamentares. A Assembleia Legislativa do Paraná reúne 54 parlamentares; na Câmara são 513 – “quase dez vezes mais”, pontuou.
Nesse ambiente macro, as discussões acontecem de forma acelerada e Tião Medeiros afirma que tem dado os primeiros passos para construir relações políticas com pessoas de todo o Brasil. Por enquanto, o Congresso Nacional tem se mostrado um “inevitável mundo novo”.
Se no Paraná a maioria dos projetos de lei tinha ligações diretas com o Poder Executivo, em Brasília o Legislativo caminha por conta própria e apontam necessidades de todas as regiões, não somente de um estado. “Tem gente do país inteiro e que vivem realidades diferentes, com interesses conflitantes e pautas divergentes. É preciso sempre buscar o consenso e isso é um exercício de aproximação até mesmo com bancadas díspares.”
Governo federal – No âmbito das relações com o governo federal, Tião Medeiros explicou que o Progressistas é um partido de centro e, portanto, não fará perseguições infundadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O PP deu liberdade para os parlamentares adotarem posturas de oposição ou apoio, como melhor lhes convier.
O deputado federal paranaense garantiu que não será base absoluta e irrestrita e que se manterá isento, priorizando questões do estado brasileiro e não políticas de governo.
Tião Medeiros citou a extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), através de medida provisória publicada no dia 2 de janeiro. As competências do órgão foram transferidas para os ministérios da Saúde e das Cidades. “É um retrocesso. A Funasa era importante para as ações de saúde pública nos municípios.”
O deputado federal de Paranavaí também contestou o decreto que reduz o acesso a armas e munições e suspende o registro de novas armas de uso restrito de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). O documento foi assinado pelo presidente Lula no dia 1º de janeiro. Na condição de CAC, Tião Medeiros garantiu que somará forças com outros parlamentares para tentar derrubar o decreto presidencial.
Por outro lado, defenderá matérias de interesse do povo brasileiro e buscará caminhos para fortalecer o Paraná, independentemente da autoria das propostas.
Compromisso – “O maior compromisso que tenho, e reafirmo, é me dedicar bastante, me doar, doar meu tempo e trabalhar com intensidade. É um desafio muito grande, mas estou animado”, assegurou.
Na avaliação de Tião Medeiros, a votação substancial que alcançou no dia 2 de outubro confirma a aprovação da atuação na Assembleia Legislativa do Paraná, “sinal de reconhecimento”. Chegar à Câmara dos Deputados traz a certeza de que ainda há muito para fazer e conquistar.
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