Uso do celular ao dirigir aumenta em até 400% o risco de sinistros, equiparando-se à condução sob efeito de álcool
A distração ao volante, especialmente o uso do celular durante a condução, tem se mostrado um dos principais problemas de trânsito no Brasil. Estudos indicam que a probabilidade de um condutor se envolver em um sinistro ao ler uma mensagem de texto é 400% maior do que aquele que permanece atento na via.
Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) revelou que o uso do celular ao volante é uma das infrações mais comuns entre os condutores do estado. Das mais de 2,3 milhões de multas aplicadas pelo órgão em 2024, mais de 167 mil são de infrações cometidas pelo condutor ao manusear, segurar ou utilizar o telefone celular enquanto dirige.
O horário em que a maior parte das intercorrências são registradas é o período da tarde, conforme indica a análise de dados de frotas comerciais, que revelou que 42% das distrações ao volante ocorrem no período.
A legislação brasileira é clara e rigorosa quanto ao uso de celular ao volante. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir utilizando telefone celular é considerado uma infração gravíssima. As penalidades incluem multa de R$ 293,47, e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação, que é o máximo permitido para uma única infração e, também, prevê reincidência e suspensão da CNH, especialmente se o acúmulo de pontos ultrapassar 20 no período de 12 meses. A suspensão da CNH pode durar de seis meses a um ano, e o motorista precisará passar por um curso de reciclagem para recuperá-la.
Além dessas penalidades, em caso de sinistro causado pelo uso de celular ao volante, as consequências podem ser ainda mais severas. Se comprovado que o uso do celular foi a causa, o motorista pode responder criminalmente.
“A distração ao volante é, atualmente, uma das principais causas de sinistros nas ruas e rodovias. Na Perkons, defendemos que cada indivíduo tem papel importante num trânsito mais humano e seguro, e que todo comportamento de risco deve ser inibido com educação, informação e tecnologia “, comenta Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.